Vítor M. Silva

“Quo Vadis” Governo Regional dos Açores?

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Numa época em que os cristãos vivem o tempo de Quaresma, época que relembra o sofrimento e a agonia que viveu Jesus Cristo, quase sempre as televisões em Portugal transmitem o célebre filme “Quo Vadis”, que traduzido quer dizer – Onde Vais? E esta é a pergunta que devemos hoje fazer a José Bolieiro. Até onde vai conseguir aguentar o atrás referido sofrimento e agonia, bem patente no Governo Regional dos Açores? Mas vamos lá enquadrar a situação.

Neste momento PSD, CDS-PP e PPM coexistem num acordo de governação. Esta coligação assinou ainda um acordo de incidência parlamentar com o deputado independente Carlos Furtado (ex-Chega) e Nuno Barata da Iniciativa Liberal. Com a desvinculação deste acordo parlamentar dos dois deputados atrás mencionados, a aprovação de leis e a garantia de estabilidade na Assembleia Regional dos Açores está seriamente comprometida. O presidente do Governo Regional veio imediatamente dizer que queria ser referência de estabilidade. Mas querer e boa-vontade não chega. Penso que o Governo Regional dos Açores está preso por um fio e o que vai acontecer é, nada mais, nada menos, que o desfecho de uma história que estava escrita nas estrelas, há muito tempo. É verdade que o secretário das Finanças açoriano veio a terreiro declarar que nunca falhou os compromissos com a Iniciativa Liberal, mas admitiu que existiriam problemas insanáveis entre o PSD e o IL. Mas alguém acredita que é possível deixar a política partidária fora de uma Assembleia ou de um Governo Regional? Caro Duarte Freitas, nem o senhor Secretário Regional, acredita. O acordo com a Iniciativa Liberal tinha como bandeiras a redução de impostos, a “despartidarização” das empresas regionais e a criação de um conselho científico para a inovação agroalimentar. A questão é que estes compromissos não estão a ser cumpridos, nem na globalidade, nem em particular. Assim sendo, a Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados sendo que só 27 defendem o Governo Regional sobrando 30 que estarão na oposição, catapultando o arquipélago para uma crise política. Um cenário bem diferente dos dias que se seguiram às últimas eleições onde o Governo Regional ficou salvaguardado na assembleia, por uma maioria absoluta de 29 deputados.

Não é fácil gerir a sensibilidade de tantas forças políticas divergentes. Ninguém se poderá admirar que este Governo Regional esteja quase a terminar funções. Não ajudou, fora das portas da Assembleia, a insensibilidade do Governo Regional face à SATA, pondo os interesses da TAP acima dos da própria transportadora aérea regional, no caso da tão propagada nomeação de Luís Rodrigues.

Estará o PS-Açores preparado para uma nova batalha eleitoral?

Li algures um crítico de cinema dizer que o filme Quo Vadis era impressionante, com tantos figurinos e figurantes, cada pessoa que vemos no filme era uma pessoa, nada de desenhos, cada cenário era real, nada de montagens. Este crítico terminava dizendo que não imaginava um filme destes, feito nos tempos de hoje. Eu diria ao crítico de cinema… “vá aos Açores…”.

Vêm aí acontecimentos interessantes, cá estaremos atentos como sempre, pois como diria Churchill: “É um erro tentar ver muito longe no futuro. A corrente do destino somente pode ser puxada um elo por vez.”

Vítor M. Silva/MS

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