Vítor M. Silva

Portugal – Governo masoquista, oposição sem ideias

Lisbon,_Portugal_(Sharon_Hahn_Darlin)_São_Bento - milenio stadium

 

António Costa parece distribuir granadas por alguns ministérios que podem explodir a qualquer segundo. Como é possível um Governo criado a partir de uma maioria absoluta dar tantos tiros nos próprios pés. As granadas de reformulação governamental costumam rebentar depois do verão. Claro que as condicionantes reclamam alterações, mas como foi possível chegar a este ponto? A sede de poder de alguns é assim tanta? Calma, ainda faltam quatro anos. E a sede de poder da oposição é maior ainda, mas tem pela frente o mesmo problema, ainda faltam quatro anos.

Por falar em oposição, acompanhei o congresso do PSD, claro. É incrível como o número de ideias que saíram desta reunião magna dos social-democratas é fácil de contar. Zero. Leu bem. Zero. Nem uma ideia, nem uma esperança para o país, nada. Portanto, com este andar da carruagem ninguém se admire que mais uns anos aconteça aos grandes partidos em Portugal o mesmo que aconteceu na França, quase desapareceram. E é aqui que nasce o perigo dos radicalismos de esquerda e direita. Mas os culpados somos nós todos que nos deixamos andar sem participar ativamente na política. Os velhos partidos estão moribundos assim como o sistema político eleitoral. Precisamos de novas ideias, de novas lideranças, enfim queremos que quem tenha a vontade de lutar por um futuro melhor, assente em ideias concretas de desenvolvimento. O debate de ideias tem que vir ao de cima. O espaço democrático tem que ser reinventado. A discussão entre ter mais ou menos Estado nos programas políticos está ultrapassada. Sem nunca perdemos os valores democráticos e o sentido da liberdade temos que enveredar por políticas que coincidam com os tempos que vivemos. Políticas voltadas para e pelas pessoas. O cidadão tem que estar em primeiro lugar e é à volta deste que tudo se deve desenvolver, humanizando assim a política e tudo o que a envolve e rodeia. Dos grandes partidos em Portugal resta o PS, mas vamos ver se este se aguenta. O resto está como uma manta de retalhos que só traz confusão a quem tem de escolher. Espero que, em breve, se possa fazer o que tenho insistido em artigos anteriores – bipolarizar os argumentos apresentando duas formas de encarar a governação e dando estas duas opções ao eleitor. Não me lembro de uma oposição em Portugal tão vazia de ideias. Para eles só interessam três pilares – criticar, substituir e censurar. A oposição não deve ser nada disto. Deve ser um Governo alternativo onde quem não concorda com as ideias vigentes possa ter a esperança de votar numa alternativa para ver satisfeitas as suas pretensões. E quando as ideias tardam em aparecer, aparecem os lobbies, os interesses, veja-se como os lobbies no PSD estavam tão claros e tão marcantes e ganharam posições de relevo no já citado Congresso. Espero por outro lado que os candidatos a secretário-geral do PS não prejudiquem um programa de governo bem elaborado e de esperança para os/as portugueses/as. Mas valha o bom tempo que se faz sentir em Portugal e do qual já tenho saudades. Portugal não pode perder a esperança pois “Ser grande não é uma questão de tamanho é uma questão de atitude”.

Vítor M. Silva/MS

 

 

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