Vítor M. Silva

O que interessa? Bons resultados económicos ou notícias sensacionalistas?

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Façamos uma analepse, voltando ao verão de 2021. Se não se começasse nesse tempo a congeminar eleições antecipadas tudo seria bem diferente ao dia de hoje. Imaginemos então que não teria havido eleições no princípio de 2022 e que o Governo de António Costa se manteria em funções. Este ano, 2023, haveria eleições para secretário-geral no PS e António Costa não se candidataria, penso estarmos todos de acordo.

O lugar para presidente do Parlamento Europeu estaria assim à disposição do atual primeiro-ministro, aliás pessoa muitíssimo bem preparada, na minha opinião, para esse cargo político de grande relevância e importância no quadro da União Europeia. Mas tudo foi diferente e parece-me que António Costa estava mais preparado para “viver” este ano que não aconteceu e que acabou por ser substituído pelo que aconteceu mesmo. Mas 2022 revelou-se inesperado e levou a distrações e a acontecerem coisas “estranhas” em catadupa. Não sei se António Costa conseguiu ter durante este ano uma maioria de diálogo social e político como desejava, sendo esta uma das grandes promessas durante a campanha eleitoral, mas passou com distinção no que ao aspeto económico diz respeito. Cumprindo a promessa, mas transcendendo nas políticas que se revelaram assertivas.

Os tempos que aí vêm na concertação social não vão ser fáceis, muito por fruto dessa descida abrupta da votação na esquerda à esquerda do PS. Os professores estão na rua e outros farão o mesmo incentivados pelo Bloco de Esquerda e pelo Partido Comunista, que alimentam estas greves com a esperança na sua própria sobrevivência. Mas o final do ano passado fica marcado pelas 13 saídas do executivo governamental. António Costa usou a expressão “o Governo pôs-se a jeito, cometeu erros”. Pois é verdade, erros. Mas convenhamos que foi errático demais. Uma pena que, com uma governação assente em bons pilares, esses erros tenham dado a oportunidade de audiência a programas cor-de-rosa na televisão. Sim, porque muitos dos casos foram mais criados pelas sedentas redações das nossas televisões, que outra coisa qualquer.

Não é fácil ser político, veja-se que a maioria das denúncias feitas ao Tribunal de Contas é contra o poder local e, concretamente, contra os políticos que ocupam lugares nas câmaras municipais e juntas de freguesia. Os casos denunciados são relacionados com: regimes de realização de despesas e de contratação pública, recursos humanos e atribuição de subsídios. Por isso, não é só para os lados do governo que recaem suspeições.
Mas voltando às coisas boas, com este Governo e António Costa a economia portuguesa cresceu 6,7% no primeiro ano de governação, valor nunca visto desde 1987. Se quisermos comparações, Portugal foi o segundo país da União Europeia com maior variação do PIB. Esta variação é de uma importância extraordinária, porque diz muito sobre a consistência do nosso tecido económico e das medidas governamentais que provocaram estes resultados. A dívida pública também se reduziu muito mais que o esperado e Portugal fez face aos problemas trazidos pela COVID-19 de uma maneira inteligente e eficaz, sem nunca pôr em causa a sustentabilidade económica da “Fazenda Pública” portuguesa.

Nota muito positiva para António Costa, que agora que percebeu que, afinal, o “ano é outro” vai de certeza trilhar caminhos ainda mais eficazes.

“Queremos prosseguir este caminho sem recuos ou impasses. A estabilidade das políticas é crucial para a manutenção da confiança. A confiança é determinante para a continuidade do investimento. O investimento é essencial ao crescimento e à criação de emprego”. António Costa

Vítor M. Silva/MS

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