Vítor M. Silva

Mãe

 

milenio stadium - portugal

 

Esta semana, inspirado pela visita que farei a Portugal, decidi ao invés de abordar um assunto mais político e social dar azo à criatividade e fazer um ensaio de homenagem à minha Pátria Mãe que é Portugal e à minha própria Mãe. Incrível como ambas as palavras fazem sentido, Portugal e Mãe sempre que substituídas:

Mãe (Portugal) é ternura, beijo sedento, lágrima que escorre, peito ardente, colo que perdura. Mãe (Portugal) é coragem, grito feroz que defende a cria. Mãe (Portugal) é porto de abrigo, sinal de bonança, bálsamo que cura. Mãe (Portugal) é amor, braços que embalam, voz sempre terna, mãos que afagam. Mãe (Portugal) é alegria nos momentos de tristeza, é o sol dos dias frios, a água que bebe da pureza. Mãe (Portugal) não tem idade, é sino que dobra a anunciar felicidade. Mãe (Portugal) é primavera que anuncia o calor, frescura das ondas, inebriante fragor.

Mãe (Portugal) és tu, que consegues transformar a sombra em luz e me beijas sem cessar.

Tantas palavras no mundo, mas existe alguém que consiga inventar uma que se iguale a Mãe (Portugal)?

Depois de um tempo de meditação, decidi correr e não olhar para trás. Emigrei para o Canadá. Então a Mãe (Portugal) fazia tudo por mim e ficava assim, inerte? Quanto mais pensava, mais os sapatos puídos teimavam em saltar-me dos pés, tal era a velocidade que imprimia à minha fuga. Não podia deixar a Mãe (Portugal) fazer tudo, dar-me tudo, não era justo. A brisa beijava-lhe as faces rosadas e a chuva, que começava a cair, vestia-se de um transparente gelado. Teria forças e encontraria uma solução, mas o frio continuava disposto a vencer a luta.

Ofegante, com as lágrimas escondidas pela chuva, desistiu. Passara quanto tempo? Um dia, um mês? Anos? E agora, o que havia de dizer à Mãe (Portugal)? Nada tinha conseguido, apenas causar preocupação… Os olhos começaram a abrir-se e sentiu calor, à sua frente a Mãe (Portugal) beijava-o e na fogueira crepitavam paus mal-amanhados que aqueciam o humilde lar.

“Porque fizeste isto, meu querido filho? A minha maior prenda é existires na minha vida”.

Eu tive que responder:

Os teus olhos são a caneta apontada
Ao teu coração, livro do meu amor
Nele guardas todos os episódios
Desde o sim que te estremeceu as entranhas
À explosão daquela luz que derrotou as trevas…
O teu coração é o tesouro aberto
De quem sofre, de quem olha
De quem, no fim, só sabe dizer que ama
E no silêncio dos teus olhos

Escreves o que o coração dita:

“És o meu filho, o meu menino”.

E eu serei sempre o teu filho minha Mãe, minha pátria, meu Portugal.

“Minha mãe foi a mulher mais bonita que já vi. Tudo o que sou, devo à minha mãe. Atribuo meu sucesso na vida à educação moral, intelectual e física que recebi dela.”  – George Washington

Vítor M. Silva/MS

 

 

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