Vítor M. Silva

Agora é a vez de Mark Carney

Quem sair vitorioso da próxima disputa pela liderança liberal enfrentará um adversário Conservador com uma mensagem populista e que está em campanha eleitoral há meses. Parecia a todos certo que o ex-governador do Banco do Canadá, assim como do Banco da Inglaterra, Mark Carney, anunciaria formalmente a sua candidatura para substituir o primeiro-ministro e atual líder dos liberais Justin Trudeau, e aconteceu ontem. 

Mark Carney tem, para já, granjeado grandes apoios na bancada parlamentar liberal em Otava. Mark Carney é alguém que tem estado fora do aparelho político liberal assim como dos vários Governos liderados por Trudeau e pode mesmo ser visto como um “outsider” e, no caso de ser eleito, dar um novo alento, e quase como que um recomeço, ao Partido Liberal. Liberais e Conservadores todos veem nele uma figura incontornável da política monetária com prestações muito meritórias. Não me parece que Christy Clark e Chrystia Freeland sejam tão boas opções e acho mesmo que a sua hipotética candidatura não resultará em sucesso.  Christy Clark, que teve a sua participação política como Premier da British Colombia, fica logo à partida ofuscada por questões sobre a sua anterior filiação no Partido Conservador. 

Chrystia Freeland, ex-ministra das Finanças, está naturalmente muito colada aos Governos Trudeau, embora tenha na reta final ”ativado o para-quedas“. Estamos na véspera das “lutas” eleitorais, primeiro dentro do Partido Liberal e depois federalmente, e algo vai marcar os diferentes debates, esse assunto chama-se – Imposto sobre o carbono. Penso que o que acabei de escrever não seja uma novidade para os mais atentos, este imposto começou como uma política pioneira, introduzida, pela primeira vez, para a indústria pesada em Alberta, em 2007, e para os consumidores na British Colombia, mas teve uma grande evolução no combate às alterações climáticas, sendo mesmo considerado como um símbolo de inovação ambiental. 

Para Pierre Poilievre, candidato do Partido Conservador a primeiro-ministro, este será um dos tópicos mais aflorados, combatendo o imposto e prometendo eliminá-lo. As próximas eleições poderão mesmo ser chamadas de “eleição do imposto sobre o carbono”. Quem conseguir explicar melhor os dados contra e a favor talvez tenha a solução para ganhar o embate eleitoral.  Mas não se pense que todos os Liberais adotam a continuidade deste imposto como bandeira eleitoral, a já citada Christy Clark promete abolir o imposto se for eleita.  

Numa primeira impressão não me parece que Carney e Freeland se desfizessem tão facilmente deste imposto. No que diz respeito a Carney, ele está muito ligado a políticas climáticas, defendendo que estas levem a uma redução dos riscos do aquecimento global. Mas voltando a Mark Carney, com o anúncio de ontem, em Edmonton, fica claro que este financeiro responde presente quando o Canadá precisa dele. Os desafios económicos e globais que o Canadá e o mundo vivem solicitam alguém com a experiência de Carney. Nomes como Chandra Arya, Jaime Battise, Frank Baylis e Karina Gould juntam-se aos que vos falei anteriormente. Muitos nomes vão aparecer, mas no final parece-me que Carney sairá vencedor do embate Liberal e, quem sabe, não será o próximo primeiro-ministro do Canadá.  

“A melhor maneira de iniciar é parar de falar e começar a fazer”  – Walt Disney

Vítor M. Silva/MS

 

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