Vítor M. Silva

A Ponte que falta fazer

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Esta semana, num agradável convívio com um amigo de visita turística ao Canadá, vindo da bonita ilha de São Miguel, tive a oportunidade de ouvir uma história que falava de pontes. Da importância que estas têm para unir, para ligar diferentes locais, mas também facilitar acessos e, claro, do ponto vista humano, aproximar e criar convergências nas relações. A palavra “afastar” deve ser retirada dos nossos dicionários sendo o caminho da apreciação e combinação de esforços pelo que faz quem nos rodeia, o modelo a seguir. E muito tem sido feito.

Que grande trabalho têm realizado todas as organizações da comunidade portuguesa, sem fins lucrativos, já com uma história de 70 anos! Têm feito esforços incansáveis e muito trabalho duro para dignificar, promover e valorizar a cultura, a língua, as tradições, a gastronomia e, sobretudo, homenageando, com cada atividade, a nossa querida portugalidade, ao longo dos anos. Aqui, gostaria de expressar o meu maior respeito a todos, desde os clubes passando pela Federação, Galeria dos Pioneiros, Magellan e tantas outras organizações que têm a bandeira portuguesa como pano de fundo.

Sei bem que muitos entendimentos tiveram que acontecer em tantos anos. Mas também sei que ainda temos muitas pontes para construir. Estas pontes devem ser de cooperação e amizade entre todos, sem exceção, tendo sempre como objetivo e horizonte prioritário um grande projeto de cultivar pessoas e contribuir com a força emanada da união da comunidade, para construirmos juntos locais que nos lembrem Portugal e se tivermos oportunidade criar lobbies para sermos protagonistas principais duma sociedade próspera. Claro que temos de continuar a trabalhar duro para realizar o sonho de cada um, em particular, e da comunidade portuguesa no geral. Sonhando com a harmonia social e a felicidade das pessoas. Que cada jovem da nossa comunidade cresça feliz e saudável e receba a cultura portuguesa não só em casa, mas em todos os outros locais onde se respire Portugal.

É um ato nobre poder cuidar dos outros e sacrificar um pouco do seu próprio tempo. Não é difícil para uma pessoa fazer uma boa ação, o que é difícil é fazer boas ações o ano todo, consistentemente. Ao dar, estamos a receber. É necessário integrar os mais jovens e que estes se tornem talentos e plantem as sementes de cuidar dos outros e retribuam à sociedade ao longo das suas vidas. Acho que as vozes dos jovens serão o melhor testemunho que conseguiremos na nossa comunidade.

Numa altura em que está a ser feita uma nova ponte na travessia entre o Porto e Gaia e o seu nome está a concurso assaltou-me o pensamento esta pergunta – precisa a comunidade portuguesa no Canadá de novas pontes? E que nomes daria a essas pontes? Vou deixar o meu fiel leitor a pensar nisso e voltarei ao tema mais tarde, mas acredito que falta fazer uma grande ponte.

Por falar em portugalidade, termino com a citação da parte de um discurso que me emocionou quando a ouvi, no passado dia 19 de abril, numa emissão transmitida em direto pela televisão da Assembleia da República Portuguesa.

“Tenho o orgulho de dizer que sou Portuguese-Canadian, a minha cultura e tradições nunca me deixaram, tenho a terra que me toca na sola dos pés. Às vezes, as mágoas levam tempo a curar, mas as minhas estão curadas… o respeito que eu tenho por Portugal nunca poderia ter sido acumulado se eu vivesse em Portugal. Muitos não compreendem o que é ser português, vivendo dentro do país.” – Manuel DaCosta

Vítor M. Silva/MS

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