“A política sem risco é uma chatice e sem ética é uma vergonha” – Francisco Sá-Carneiro

Afinal, Luís Montenegro não estava preparado para ser primeiro-ministro. Não estava do ponto de vista pessoal, empresarial, nem sequer político. Desde que a AD ganhou as últimas eleições que o PS tem sido o suporte para que tudo funcione e Pedro Nuno Santos, durante todo esta legislatura, a mostrar que ele sim estaria preparado para ser primeiro-ministro. Tudo isto porque o líder do Partido Socialista tem mostrado ética, moral e, acima de tudo, uma postura de quem só pode ser primeiro-ministro.
Mais importante que a legalidade é a ética e a moral. Não se pode pedir aos cidadãos que, das mais diversas formas, tenham uma conduta perfeita quando os exemplos que vêm de cima são, no mínimo, duvidosos. A ética de um Governo tem de se fazer sentir no comportamento e na política produzida por este. Os funcionários do estado, com ou sem nomeação política, devem servir o interesse público com a verdade e a responsabilidade ética sempre em primeiro lugar. A Verdade cada vez se torna mais importante, mas mais difícil também de encontrar.
Quem ocupa cargos de relevância na política tem de ser um servidor, um trabalhador da causa do povo. Não pode favorecer, nem discriminar, assim como não deve usar o cargo para seu benefício pessoal e deve evitar a todo o custo conflitos de interesse. Aqui se aplica na perfeição a célebre frase de Júlio César, imperador romano, que dizia “à mulher de César não basta ser séria, tem de parecer séria“.
Todos temos assistido estupefactos ao carrossel de informações que implicam o atual primeiro-ministro Luís Montenegro. O povo português exige maior transparência e quer ter confiança nos mandatários e nos nomeados para cargos políticos. Mas todo este enredo, digno de ser chamado de “best seller”, faz-me lembrar o grande estadista Winston Churchill quando dizia que a política é quase tão excitante como a guerra e não menos perigosa. Na guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política diversas vezes.
Imediatamente os governantes têm de tratar a humanidade como um fim e não como um meio. Vendo este exemplo, a população sentiria vontade de agir bem, agindo livremente sem medo de qualquer julgamento. Portanto, através do exemplo não só conseguimos leis e o cumprimento destas, como melhores seremos nós, os seguidores destas legislações, com o padrão que vem de cima.
Não estaria na hora de deixarmos o marketing político para trás e preocupar-nos com verdadeiros instrumentos de governação para as pessoas, estando estas no centro de todas as políticas? O respeito pelos princípios que respeitam as instituições da democracia e a liberdade estão a esfumar-se. Urge fazer algo rapidamente. Não percamos a esperança. Em Portugal, como por aqui, temos muitas mulheres e homens com capacidade para grandes feitos. Vamos respirar e acreditar em quem tem capacidade para governar com ética e moral, pois dizer a verdade é uma necessidade política. Por aqui, nas comunidades, também podemos ser agentes desta mudança.
“A política sem risco é uma chatice e sem ética é uma vergonha”.Francisco Sá-Carneiro
Vítor Silva/MS
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