Opinião

Será que vai funcionar como dantes?

Como tudo na vida vamos a mais uma adaptação, que afetará muita gente e uns mais que outros

Restaurantes abriram na segunda-feira, dia 18 de maio, com uma série de regras que afetam as duas partes, ou podemos dizer as três? Sim, porque com as novas regras o patronato vai ter uma redução muito grande na sua faturação e eu acho que o Governo português se esqueceu de uma coisa muito importante – ao reduzir o número de pessoas vai ter que se fazer um ajuste no que toca a empregados.  Desta forma a casa não precisa de todos os empregados que tinha, mas a lei diz que não se pode despedir – como vai um gestor conseguir aguentar uma equipa completa para servir 50 pessoas se agora só pode servir 25?

Está tudo muito bem – os restaurantes já poderem servir os clientes no interior, sem ter que recorrer permanentemente ao regime de takeaway, mas para a sobrevivência de muitos o serviço de takeaway vai continuar para poderem suportar as despesas, mas tudo isto se houver clientes. Não se esqueçam que as pessoas agora vão mudar as deslocações, vão reduzir. O mesmo vai acontecer por estas bandas com restaurantes e clubes, a frequência vai ser muito menor.

No que toca a Portugal, na reabertura dos restaurantes existem regras específicas que os proprietários e clientes devem cumprir para evitar o contágio que vão trazer uma dor de cabeça para ambos os lados. Logo para começar os estabelecimentos devem assegurar a elaboração de um plano de contingência específico para o novo coronavírus, além de assegurar que todos os trabalhadores estejam sensibilizados para o cumprimento das regras, isto é, que estão capazes, preparados para cumprir as regras exigidas. O espaço útil para servir os clientes tem que ser reduzido a uma capacidade de 50% do estabelecimento – uma das regras que não vai ser fácil cumprir, dependendo do tamanho da sala de refeições -, além de garantir o distanciamento físico recomendado de dois metros de distância. Isto não cabe na cabeça de ninguém! Como vai um estabelecimento manter a distância entre o empregado que vai servir o cliente?, A lei também diz que a disposição dos lugares em diagonal pode facilitar as regras de distanciamento, mas o engraçado é que a mesma lei diz que os coabitantes se podem sentar a uma distância inferior a dois metros. O empregado vai ter que se aproximar, mas não sabe se estão infetados. Todo o cuidado e o muito que se faça ao receber os clientes não pode dar certo. Mas há mais ainda: os trabalhadores em serviço devem higienizar as mãos entre cada cliente e utilizar corretamente uma máscara durante todo o período de trabalho, não importa o número de pessoas no espaço. Pobres dos empregados de mesa que vão estar mascarados durante pelo menos três horas, que é o tempo médio num restaurante para serviço de uma refeição. Ainda têm que colocar os pratos, copos, talheres e outros utensílios nas mesas na presença do cliente que os vai utilizar – quer isto dizer que não podem fazer nada sem a presença do cliente, tudo para assegurar a sua higienização e acondicionamento. O cliente tem que estar presente para ver como tudo é preparado antes do mesmo os utilizar. Toda a loiça tem que ser lavada na máquina a uma temperatura entre os 80º e 90º com detergente. A loiça sempre foi e deve ser lavada a alta temperatura.

Não vai ser fácil. Vai colocar muitos restaurantes em posição melindrosa e vai levar ao encerramento de muitas casas porque não conseguem reunir as condições exigidas na lei (como por exemplo restaurantes com pequenas salas), mas também sobra para os clientes, estes também têm regras. Vão ter que higienizar as mãos com solução à base de álcool ou água e sabão, tanto à entrada como à saída do estabelecimento; a lei aconselha a que o pagamento seja feito de forma a evitar o contacto entre empregado e cliente, de preferência a utilização do pagamento com cartão. No meio de tudo, todos vão sofrer alterações e todos temos que nos adaptar a novas regras de vida, só espero que Associação da Restauração, Hotelaria e Similares de Portugal (AHRESP) entre outras associações do setor se tenham empenhado na defesa dos interesses de ambas as partes – do patronato e dos colaboradores – porque todos fazem falta. Uma casa aberta ao público só é boa e tem sucesso com bons profissionais e uma boa gestão. 

O Conselho de Ministros aprovou um diploma com medidas excecionais e temporárias que constam do Decreto-Lei de 13 de março, tudo para acautelar a forma gradual como deve operar a retoma possível da atividade de restauração e para retomar a economia em geral porque, para quem não sabe, a hotelaria mexe com milhões.

Esperemos que tudo corra bem e que todos os empresários tenham muito sucesso.

E nós, por cá? Os políticos já pensaram no setor da restauração?

Vamo-nos divertindo com o que vamos vendo porque nem tudo é perfeito.

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