Luís Barreira

Portugal e o (improvável) futuro!…

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Crédito: Portuguese Gravity.

Portugal, como a maior parte dos países do mundo, entrou em 2021 numa situação esperada que poderíamos classificar como “mais do mesmo”!

Se bem que a vacinação contra a Covid-19 esteja a decorrer como previsto (embora se perspetive a necessidade de mais vacinas, que ainda não existem…), a quantidade de óbitos ocasionados por esta doença continua muito elevada, assim como os internamentos hospitalares e as imposições restritivas que vão continuar a ser impostas aos cidadãos e cuja intensidade se vai ainda avaliar, após um breve período de alívio durante a época natalícia.

Embora não sendo um assunto que esteja a prender a atenção da maioria dos portugueses, a campanha eleitoral para as eleições para a Presidência da República portuguesa, com data marcada para o próximo dia 24 de janeiro, está no seu auge televisivo onde, a principal nota das habituais curiosidades, foi o debate (???) rabugento entre o candidato do PCP e o do Chega que superou, em vociferações gritantes, o que aconteceu no primeiro debate entre Trump e Biden, confirmando que nada se aprendeu com o que se passou nos EUA. E se afirmo que estas eleições não concentram a preocupação dos eleitores, é porque elas são secundarizadas pelas consequências da pandemia que nos afeta a todos e porque um dos candidatos e atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, é o vencedor antecipado destas eleições, não apenas pelos resultados de todas as sondagens, como pela forte aceitação popular que granjeou neste último mandato.

Talvez mais importante que este último assunto doméstico seja o facto de, a partir de 1 de janeiro deste novo ano, Portugal ter assumido a presidência da União Europeia (UE). Neste âmbito e reconhecendo que esta Europa atravessa uma grave crise pandémica, económica e social, para já não comentar as repercussões imediatas da saída do Reino Unido a 31 de dezembro último, as rivalidades que opõem os EUA, a China e a Rússia, no enquadramento internacional dos países da UE e o necessário reforço desta na componente setorial de defesa, vai ser uma tarefa a exigir o melhor desempenho do Governo português e, nomeadamente, do nosso primeiro-ministro, António Costa. A juntar a estas dificuldades, soma-se o facto de agora e por causa dos vírus, as reuniões interministeriais e outras terem de ser virtuais, com tradução simultânea em 23 línguas diferentes!

Entre todos os objetivos que esta presidência europeia pretende alcançar destaca-se, para além da gestão eficaz de tudo o que diz respeito à pandemia nos territórios europeus, a correta implementação dos dinheiros da chamada “bazuca europeia”, o tal Fundo de Recuperação aprovado pela UE (750 mil milhões de euros), como ajuda à recuperação económica e social dos países da União, fustigados pela crise gerada pela Covid-19 e suas variantes.

No caso de Portugal, os muitos milhares de milhões de euros que nos vão ser destinados por este Fundo e por outros programas da UE e que, previsivelmente, só irão chegar no segundo semestre do ano em curso, já têm finalidades definidas pelo Governo português, ressalvando que esses montantes permitirão “investir o dobro do que temos investido desde que aderimos à UE”.

Segundo o Governo de António Costa, os setores prioritários que vão ser objeto dos investimentos em reformas estruturais são: o Serviço Nacional de Saúde; a habitação; a administração pública; a criação de grandes projetos industriais e a digitalização em todas as áreas.

É talvez a maior (senão a última…) oportunidade de Portugal se colocar ao nível dos países mais avançados da UE. Mas, quando há muito dinheiro em jogo neste país, suscita-me sempre a dúvida sobre o (des)controlo da nossa administração pública sobre a voracidade, erros grosseiros de execução e incumprimentos de muitos dos nossos empresários, que poderão colocar em causa este “salto” no nosso desenvolvimento.

No entanto, quando neste mesmo país, um simpático aldeão calceteiro de Penafiel, alcunhado de Tino de Rans, concorre atualmente ao cargo de Presidente da República, ao mesmo tempo que uma empresa portuguesa, a Omnidea, anuncia que está prestes a terminar a construção de um foguetão reutilizável para transporte de satélites, num “salto” espacial de enorme significado, começo a acreditar que o meu país, que já tem campeões em salto em altura, triplo salto e salto em comprimento, é capaz de conseguir este “salto” especial no nosso desenvolvimento, mesmo que o nosso fado seja habitualmente “andar a saltitar”!…

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