Luís Barreira

Crónica do possível!…

 

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Há meses que os portugueses são acordados e se deitam aos sons e com as imagens dos noticiários televisivos da guerra na Ucrânia. E a “coisa” continua feia e para durar, tornando o espetáculo tenebroso desta guerra numa rotina, com tendência a tornar-se apenas mais um caso horrendo, entre tantos outros a que o mundo nos habituou e sem fim à vista!

Os ucranianos não param de pedir mais armas capazes de suster o avanço dos exércitos russos e chechenos e aquilo que eles precisam nem sempre lhes é dado, porque pode fazer com que o conflito ultrapasse as fronteiras da Ucrânia!…Entretanto, vão morrendo às centenas, senão aos milhares, perante uma tragédia que muitos consideram inevitável, como um “destino”, enquanto Putin vai anexando partes do seu território e vendendo as mercadorias nacionais ucranianas como sendo suas!

A Europa, nomeadamente a Comissão Europeia, esperneia numa ginástica diplomática, para manter a “união possível” dos seus membros num embargo ao petróleo russo, adotando agora uma última proposta que pretende banir as importações de petróleo russo por via marítima, mas deixando a via terrestre aberta, ou seja, deixando de fora a problemática Hungria, a República Checa e a Eslováquia.

A NATO não consegue convencer a Turquia a deixar entrar a Suécia e a Finlândia e, à medida que o irredutível Erdogan se mostra mais teimoso, cresce o receio entre as populações desses dois países, que se “atreveram” a desafiar o Kremlin quando se candidataram à NATO.

À medida que este conflito se arrasta, adensam-se as contradições entre uns e outros e cresce uma certa tendência para considerar que, para acabar com esta guerra, a Ucrânia tem de ceder à Rússia partes do seu território, sem que ninguém possa ter a certeza se Putin quer uma parte ou o seu todo e, quando obtiver o que quiser, se não partirá para outra aventura ainda mais perigosa, animado pelo seu “glorioso” resultado!
Longe da vista, mas não longe do coração, Portugal lá vai enviando aquilo que pode para a Ucrânia, acolhendo cerca de 39.000 ucranianos, disponibilizando-se para aceitar todos os embargos à Rússia que forem decididos pela União Europeia e reforçando com tropas portuguesas os diversos contingentes da NATO. E, neste “Portugal dos pequeninos”, não nos peçam mais nada, porque a inflação já pesa no poder de compra dos portugueses, nomeadamente nos “mais pequeninos”!

Neste nosso país, onde “o sol brilha de vez em quando”, as notícias são agora breves e de veraneio!
Após a crise política que conduziu à queda do anterior governo e a novas eleições, o Orçamento de Estado (OGE) de 2022, foi finalmente aprovado pela maioria absoluta socialista no Parlamento! Mas, “naturalmente”, só vai durar seis meses. Em outubro, com a discussão do OGE para 2023, haverá mais “ranger de dentes”.

O PSD tem finalmente um novo líder, Luís Montenegro, colocando um fim a uma disputa interna que levou este partido quase ao esquecimento. Pensa-se que o novo líder vai ver-se “negro” para conseguir unir as hostes social-democratas no atual contexto parlamentar, tentando refazer este partido com a força que antes dispunha.
Parece que já ninguém “liga nenhuma”, mas eu, sem querer alarmar ninguém, mas apenas chamar à atenção do necessário bom senso de todos, insisto em informar que Portugal continua a ser o país da União Europeia com mais novos casos de infeção por SARS-CoV-2 por cada milhão de habitantes e o segundo no mundo. E, considerando os países com mais de 1 milhão de habitantes, Taiwan tem a maior média diária de novas mortes atribuídas à Covid-19 (3,95), seguida de Portugal, Finlândia, Nova Zelândia (2,65) e Espanha.

Sendo reconhecido que esta epidemia tem conduzido a mais mortes entre os cidadãos mais velhos, diminuindo esta população idosa, alguém se lembrou de noticiar que, sendo assim e de acordo com as regras estabelecidas, a idade da reforma desceu para 66 anos e quatro meses. Notícia que porventura despertou um sorriso cínico em alguns!…

Mais uma vez pelos piores motivos, Portugal está em destaque no ranking dos casos de infeção pelo vírus Monkeypox (a chamada varíola dos macacos), onde já foram contabilizados 96 casos entre os 118 verificados em 12 Estados-membros da União Europeia.

Perante a “macacada” de opiniões dos especialistas epidemiológicos a propósito disto: “…não estamos preocupados com uma pandemia global”; “Infeção pode durar mais tempo do que julgávamos” e a OMS a dizer que este vírus é um “risco moderado para a população”, apenas nos resta a “sorte” de escapar!

Não quero pensar que este desprendimento dos poderes públicos portugueses, face ao perigo crescente destes vírus Covid e Monkeypox, tem a ver com o receio de afastar os turistas do país (um dos grandes suportes da nossa economia). Mas, para isso, nem precisamos de vírus!…

Na passada semana, um plenário de trabalhadores de um sindicato do SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras), deixou o controlo de passaportes do Aeroporto de Lisboa entregue a uns serviços mínimos, donde resultou que milhares de turistas (4.500) dos voos internacionais, fora do espaço Schengen, chegados a Portugal, tiveram que se amontoar no aeroporto, durante mais de quatro horas, até verem a sua situação regularizada.
Dizia um passageiro e eu sublinho “Uma vergonha!!! Uma hora nessa situação e só Deus sabe até que horas. Sem informação, sem comida, sem água e deixam idosos e crianças de pé”.
Como diria o meu falecido pai: “Neste país há coisas do arco-da-velha”!

 

Luis Barreira/MS

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