Luís Barreira

A “Volta a Portugal” em “bicicleta” eleitoral!…

A “Volta a Portugal” em-capa-mileniostadium
Créditos: DR

A atual campanha eleitoral em Portugal, cujo desfecho está previsto para 30 de janeiro deste ano, apresenta algumas semelhanças com a Volta a Portugal em bicicleta, para quem gosta de sorrir nos momentos sérios da vida da nossa sociedade.

Num breve relato do que têm sido os principais episódios, que têm recheado esta campanha política, poderíamos sugerir contá-los como se tratasse de uma competição ciclista entre vários clubes (partidos políticos) que têm percorrido o país em várias etapas, obtendo diferentes resultados em cada meta (resultados das várias sondagens públicas que têm sido divulgadas pela imprensa).

Assim e durante as várias etapas iniciais e virtuais, com o público a assistir à corrida pelas diversas televisões, o “clube” PS, que correu com camisolas rosa, foi acumulando vitórias, empolgado por ter ganho a Volta anterior e pela inexperiência das outras equipas, muitas delas a concorrer pela primeira vez ou com bicicletas pasteleiras. No entanto, e à medida que a prova continuava, o ciclista que dirigia o pelotão ia mostrando algum cansaço nas pernas, enquanto o seu principal adversário, o clube PSD, que corria com camisolas laranjas, seguia logo atrás, pedalando com vigor, como se estivesse a ser espicaçado, para se aproximar do camisola amarela e demonstrando que o seu clube estava igualmente bem atento às reações do público que, nestas primeiras etapas, assistia à Volta pelas televisões, corrigindo a estratégia para conseguir assegurar pelo menos o 2° lugar no pódio. No final destas etapas a classificação (sondagens) ditava o 1° lugar ao clube PS e, a poucos minutos de intervalo, chegava o clube PSD. Em 3° chegou o pelotão que, na confusão de camisolas vermelhas, verdes, azuis e pretas, que pretendiam conseguir este lugar, ninguém subiu ao pódio, porque existiam várias rodas a cortar a meta ao mesmo tempo e os juízes de meta não se atreveram a decidir por prognóstico.

Após algum pequeno descanso de fim-de-semana, para massajar as pernas, apurar as táticas e cuidar das bicicletas, iniciou-se uma das provas mais difíceis para todos: o Prémio da Montanha e, desta vez, a prova ia para a estrada, com o público a assistir em direto, com bandeirinhas, esferográficas e emblemas de várias cores, além das habituais palmas e palmadas de apoio. Como se tratava de uma prova difícil, fez cair alguns corredores em buracos, desnortes, pernas partidas e faltas cometidas por se terem agarrado às bicicletas de outros, prejudicando alguns clubes e beneficiando outros. Situação que começou encher o “carro vassoura” com os clubes mais frágeis, que no entanto continuavam a reclamar contra os juízes da meta (sondagens), não aceitando a sua desclassificação na competição. Face à aproximação dos dois primeiros classificados nesta etapa, gerou-se mais uma enorme confusão entre os juízes de meta, acabando em duas classificações distintas. Para uns (empresas de sondagem), no final desta dura etapa, o clube PSD, que tinha terminado o final da etapa anterior em 2°, passou a 1° e o antes vitorioso clube PS, passou ao 2° lugar, a curta distância do 1°, fazendo vociferar o vencedor como estando próximo da vitória final. Para outros, a decisão desta prova manteve a distância relativa entre o clube PSD e o clube PS, ficando este último como vencedor. Em 3° lugar e com uma classificação na geral muito mais baixa que os dois primeiros concorrentes, aparece o clube CHEGA, a muito curta distância de outros clubes, como o BE, o IL e a CDU.

Com estas classificações muito próximas entre o clube PS e o clube PSD e como apenas um poderá subir ao pódio como vencedor, torna-se difícil, nesta última etapa que decorre esta semana e termina dia 30, perspetivar quem fica em 1° e quem fica em 2° no pódio. Da mesma maneira e talvez mais difícil é poder opinar, em consequência da sua grande proximidade classificativa, quem ficará em 3°.

Esta última etapa, que está a ser corrida ao sprint, obrigando os concorrentes a redefinir as suas estratégias, a melhorarem a sua condição física e cuja classificação na meta é assegurada diretamente pelo público, evitando as diversas contestações sobre os resultados antes anunciados pelos juízes de meta (sondagens) em anteriores etapas, vai ser aquela que decididamente vai apurar o vencedor da Volta a Portugal. 

E esse será aquele que ficará para a história do ciclismo eleitoral português como vencedor, mas porque a diferença estimada entre os dois primeiros será pequena e o 1° classificado não poderá eventualmente assumir sozinho a incontestada notoriedade pública, ver-se-á obrigado a ceder algumas bicicletas da sua equipa aos restantes 2 lugares da classificação geral ou recorrer ao carro vassoura, de acordo com as ajudas que eles lhe possam prestar nesta derradeira etapa e pela afinidade das cores das suas camisolas. Razão pela qual, após o “prémio da montanha”, os cinco primeiros clubes da classificação, passaram a pedalar diferentemente para se aproximarem entre aqueles que lhes possam assegurar um lugar no pódio, colocando de parte alguns dos comportamentos críticos que mais poderiam prejudicar o entendimento final.

Foi assim, resumidamente, o desenrolar da história desta competição eleitoral, transformada numa humorada saga ciclista, que terá porventura o seu epílogo no próximo domingo, se o resultado o proporcionar!…

Se assim não for, voltarei com novos capítulos e, eventualmente, com os mesmos clubes, mas talvez com ciclistas diferentes!…

Luis Barreira/MS

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