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Continuação da lição anterior!

Associativismo cultural, qual a esperança e dificuldades para o futuro?

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Como durante os tempos de escola ouvia alguns professores dizer, continuação da lição anterior. Eu agarro nas palavras dos mesmos e digo: vou continuar com o tema do artigo de opinião da semana passada, o qual terminei dizendo que o espaço era pouco, mas mais oportunidades iam haver. Aqui vai uma continuação do que de muito se pode fazer com qualidade ao termos a Casa de Portugal. É a minha opinião.

Depois de ler alguns artigos de opinião e entrevistas feitas a algumas pessoas (gostei dos entrevistados e dos artigos no que toca ao futuro dos clubes e associações da nossa comunidade), percebi que todos concordam com a Casa de Portugal e que o maior obstáculo é encontrar as pessoas certas para liderar a mesma. Outros focaram o problema dos mais antigos não abdicarem do que ajudaram a fundar. Eu, como disse, acho que o maior problema é alguns perderem o estatuto de presidentes, outros perderem as festas gratuitas. Tenho essa experiência. Quando presidi uma casa, conheci pessoas pela negativa – em termos de uma mais-valia para a comunidade e para o associativismo, nada de bom me provaram a não ser interesses pessoais. Como pode a comunidade ter qualidade e uma boa transmissão aos jovens da cultura regional?

Se repararmos Portugal é um país com 10 milhões de habitantes, nós cá temos 36 coletividades (numa comunidade das mais pequenas – como pode isto continuar? Portugal é considerado um dos países que tem melhor qualidade de vida na Europa. Um país que tem como base a cultura romana, germânica, ibera e celta, mas tem muito mais. Temos um estilo de construção diferente, temos a gastronomia, o fado, o folclore, a calçada que é única no mundo, temos dos melhores vinhos do mundo, os quais já produzimos há mais de dois mil anos – desde que os romanos chegaram e trouxeram técnicas e ensinamentos a favor da indústria vinícola. Portugal tem a maior variedade de castas de uvas, nenhum outro país da Europa tem tantas castas, é uma das vantagens que ajuda a que se produzam grandes vinhos. Existe ainda a Região Demarcada mais antiga do mundo, o Douro, criada para assegurar a qualidade do internacionalmente famoso Vinho do Porto, etc. Tudo isto é cultura. Até a forma como se fala de região para região, tudo isto é lindo, tudo isto é Portugal – que se deve preservar, dar a conhecer aos nossos. Para isso faz falta urgentemente um espaço digno e com capacidade para espetáculos, espaço para o ensino da língua portuguesa às crianças, uma creche, espaço com atividades onde se envolvam crianças com os mais idosos, espaço para jovens, espaço para um pequeno museu, gabinete de apoio para tratamento de documentos… tudo isto, só com a Casa de Portugal.

Leia também: Associativismo cultural, qual a esperança e dificuldades para o futuro

Todos concordam que há uma dificuldade em entender como e quem vai gerir uma casa como a que se deseja para a comunidade. Se todos souberem remar na mesma direção é fácil. Como disse um dos entrevistados na semana passada, tem que ser gerida por um grupo de empresários, esses teriam de se rodear de uma equipa de marketing para semana após semana ajudar na angariação de fundos para suportar as despesas das atividades culturais. Todas as regiões teriam uma direção que servia para ajudar no mesmo e organizar os eventos de cada região – Porto, e Norte, Centro, Lisboa de Vale do Tejo, Alentejo, Algarve, Madeira e Açores -, seria rotativo. Nos espetáculos não haveria repetições do mesmo, todos os fins de semana havia algo atrativo, os frequentadores seriam diferentes, mas no mesmo espaço, com entendimento, todos ficavam a ganhar. Bem organizado podia-se conseguir ajudas através das respetivas regiões ao se organizarem sessões de promoção de festas famosas que existem em todo o país, como: Festa da Flor na Madeira, Festa do Senhor Santo Cristo dos Milagres, nos Açores, Feiras Novas de Ponte de Lima, Festas do Barrete Verde, em Alcochete, Feira de São Mateus, em Viseu, Romaria da Nossa Senhora da Agonia, em Viana do Castelo, e muitas mais que existem. Estas são algumas que, bem trabalhadas, as respetivas regiões ajudam. Organização de jantares vínicos com envolvimento de tertúlias. Tanta coisa se pode desenvolver com qualidade, só falta a união e colocar de lado o oportunismo e deixar trabalhar quem gosta e sabe. Só assim se conseguirá ir longe e colocar o nome de Portugal bem mais alto por terras do Canadá.

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