Um valor que deve renascer na Páscoa

Meus caros leitores e amigos, mas verdadeiros amigos, aproveitando esta época pascal, escrevo com alguma mágoa e com uma forma de pensar que, sei bem, difere da de certas pessoas, há quem faça o mal para se tornar herói.
Eu, como quem não deve não teme, sempre aprendi a fazer o bem dentro das minhas possibilidades e da forma mais correta. Mas não admito que me pisem os pés, e quem o fizer, só o faz uma vez. A maldosos, hipócritas e convencidos não se dão segundas oportunidades.
Digo isto com tristeza. Talvez um dia venha a público desmascarar alguém que se acha muito competente, mas a quem falta cultura e saber estar.
Peço desculpa por este desabafo, mas em breve entenderão o motivo. Aprendi ao longo da vida que o respeito nasce no berço. E aprendi, também com as dificuldades, que ninguém neste mundo é melhor do que ninguém.
Vivemos numa época em que, muitas vezes, o que parece importa mais do que o que é, numa sociedade onde o sucesso, o estatuto ou a aceitação social se tornaram metas centrais, é tentador usar meios menos nobres para alcançá-los, como dizer uma coisa na frente das pessoas e outra nas costas. Mas essa falta de coerência, essa desonestidade disfarçada de simpatia, tem um custo alto, destrói amizades, corrói comunidades e enfraquece os laços de confiança que sustentam qualquer relação verdadeira.
Nesta altura da Páscoa, somos convidados a refletir sobre renovação, reconciliação e valores mais profundos, é um tempo que, para muitos, tem um significado espiritual, ligado à esperança, à verdade e ao amor ao próximo, que melhor momento para parar e pensar sobre o tipo de pessoa que queremos ser e o tipo de sociedade que estamos a construir?
Ser honesto não é apenas dizer a verdade. É também ser coerente, ser justo e agir com integridade, mesmo quando ninguém está a ver, é ter coragem de ser verdadeiro com os outros e connosco próprios.
A honestidade é, muitas vezes, um caminho mais difícil, porque nem sempre agrada a todos. Mas é também o caminho mais limpo e mais digno. Quando alguém finge, manipula ou fala mal pelas costas apenas para subir na vida ou ser bem-visto, está a construir uma imagem baseada na ilusão, e mais cedo ou mais tarde, essa fachada cai.
O que se ganha com mentira, perde-se com desconfiança, e a confiança, uma vez quebrada, é difícil de recuperar.
Na Páscoa, somos convidados a renascer para uma vida mais autêntica, mais transparente e mais centrada no bem comum, ser honesto é uma escolha diária, e pode parecer um pequeno gesto, mas é desses gestos que se constroem relações verdadeiras, amizades duradouras e comunidades mais humanas.
Que esta Páscoa nos inspire a deixar para trás os jogos de aparência e a abraçar a verdade como valor essencial, afinal, não há maior liberdade do que viver de acordo com aquilo em que realmente acreditamos.
Termino com algumas quadras que aprendi com um velho amigo que já partiu, mas com tantas viagens juntos, a mim muito me abriu os olhos em certas coisas que hoje consigo ver na minha frente, fui ao fundo do baú e a estas dei o nome de:
Feliz Páscoa para todos e, bom fim de semana.
Augusto Bandeira/MS
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