Solução ou Medida Insuficiente para a Crise no INEM?
E se fosse um familiar dos que não prepararam serviços mínimos?
O que se passou recentemente no INEM, é inaceitável, mas a culpa como sempre vai morrer solteira. Ninguém pode, nem tem autoridade, para apontar falhas a ninguém, muito menos ao governo. Para quem está fora dos problemas, deixem-me dizer-vos que há mais de uma década que são detetados problemas no INEM, muitos vêm do tempo das outras senhoras, sobretudo relacionados com a falta de pessoal e os salários que não agradavam a ninguém.
Segundo se consta na praça pública, e é uma realidade, desde 2019, tem diminuído o número de trabalhadores responsáveis para atender as chamadas do 112. Algum governante, na altura, fez alguma coisa? NÃO, que não atirem pedras porque têm os telhados de vidro. Depois acontece o mais grave de tudo, a ausência de um “plano B” para garantir os serviços mínimos, mesmo sabendo da crise prolongada no INEM, o que ainda levanta mais questões sobre a gestão de risco nas altas esferas do INEM. A falta de um plano alternativo demonstra uma lacuna na estratégia de continuidade dos serviços, que são cruciais para a segurança pública. Mas, na minha opinião, não se trata apenas de um problema que uma nova ministra ou ministro possa resolver, é necessária uma revisão profunda do sistema de saúde e dos recursos do INEM. A demissão da ministra, como muitos pediram, nada vai resolver, ela no fundo é a que tem menos culpa, sabemos que é uma pessoa muito bem formada e com competências e provas dadas, e não virou a cara ao problema, mas sim estudou-o. Mas além de tudo o que se passou que sirva de lição aos novos governantes, porque agora esperemos que haja mais investimento em profissionais, melhores infraestruturas e gestão mais eficiente. Por isso mesmo a responsabilidade é partilhada, e o Presidente do INEM, enquanto senhor da estabilidade, e responsável pelo bem-estar da saúde de todos os que ligam para o 112 a pedir ajuda, ele devia de ter tido um papel mais ativo e ter os serviços mínimos a funcionar, coisa que não aconteceu. Mesmo com poucos recursos profissionais, não deixava que a greve acontecesse daquela forma, não planeou bem e não soube usar o papel que tem como líder do INEM. Esperemos que coisas como estas não se repitam, porque bateu à porta de muitos, mas se fosse um familiar dos que deviam de estar atender, mas não estavam a responder às chamadas, será que iam gostar?
Muitos não sabem de certeza o que é o INEM, “Instituto Nacional de Emergência Médica”, mas ficam a saber que é um pilar essencial da saúde pública em Portugal. Oferece um serviço de urgência que visa garantir o atendimento rápido e eficaz de pessoas em situação de emergência. Sabe-se que nos últimos anos, tem enfrentado diversos desafios que comprometem a qualidade e a eficiência do atendimento prestado. Questões estruturais, falta de recursos, sobrecarga dos profissionais e problemas de gestão são algumas das causas apontadas para a crise que o Instituto atravessa. Em casos assim, esta situação exige uma reflexão profunda sobre a necessidade de mudanças e investimentos para assegurar o bom funcionamento deste serviço.
Eu tiro uma conclusão de tudo isto – foi triste, mas devemos agradecer aos profissionais do INEM, que desempenham uma função essencial na sociedade, salvam vidas e prestam socorro em momentos críticos. Por isso, esperemos que isto não deixe esquecer que é necessário que se resolvam os problemas estruturais, a escassez de recursos e a má gestão que ameaça a continuidade desse serviço essencial para toda a população.
Esta é a minha simples opinião.
Bom fim de semana.
Augusto Bandeira/MS
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