Augusto Bandeira

Orçamento provincial

 

orçamento - milenio stadium

 

Foi apresentado, mas não foi votado nem discutido. Fica em banho-maria para depois das eleições. Muita pouca importância se dá, quando se devia dar muita atenção.

Desculpem a minha opinião esta semana, mas notei que pouca ou nenhuma atenção se deu ao orçamento apresentado para a província do Ontário. Sabemos que não foi a discussão nem votação pela razão de estarmos a entrar em campanha. Sim, campanha porque estamos com eleições ao virar da esquina. A minha opinião, espero que não vá ninguém enfiar o barrete e que ninguém fique ofendido, nem isto é contra a governação dos Conservadores, (eu até apoio o Doug Ford), mas estranho seria se eu não opinasse sobre este assunto, quando somos uma comunidade com um número elevado de cidadãos a viver nesta província e, até hoje, não vi ninguém a pronunciar-se ou até a preparar uma apresentação pública na língua de Camões, para todos perceberem verdadeiramente o que vem aí. No fundo, percebemos que não vem muita coisa e esta forma de apresentar um orçamento na véspera de encerrar atividade na Queen’s Park é politicamente incorreto. Na minha opinião, isto é mais uma caça ao voto, mas atenção os Conservadores não precisam de fazer campanha porque as eleições estão ganhas. Basta olhar para a esquina e ver quem lá está para fazer frente.

Os Liberais continuam com os cartuchos queimados e sem alternativa. A vontade de ganhar é pouca. Os Democratas é vira o disco e toca o mesmo, o slogan ainda dura, dizem o que se espera do partido. Por estas razões, os Conservadores têm as eleições ganhas, basta dar duas de música que está no saco. Politicamente é mesmo assim – ou os Liberais pegam na parte negativa e começam a explicar para convencer o eleitorado ou… já foram.

Mas afinal o que está no orçamento de 2022, que ainda pouca gente abordou o tema?

Foi apresentado um orçamento no dia 18 de abril que, no meu ponto de vista, funciona como uma plataforma para as eleições. Este orçamento prevê $198,8 biliões em despesas e uma grande fatia do bolo vai ser gasto, este ano e durante a próxima década, em infraestruturas (rodoviárias e edifícios públicos). Só para este ano, que já estamos em maio, está previsto um gasto de 20 biliões só em infraestruturas. O governo não brinca em serviço, mas em relação a apoio hospitalar as coisas também são positivas, já que para ajuda nas infraestruturas hospitalares está destinada uma verba de mais de $40 biliões na próxima década, desse montante $27 bilhões estão previstos para financiamento de capital. O atual governo, que se encontra em campanha, diz que todo este dinheiro é para ajudar projetos em andamento e outros que se encontram na fase de planeamento, como novas instalações a serem construídas. Pelo menos continuam a cuidar da saúde do cidadão, e a prova é que este orçamento também vai contemplar os cuidados ao domicílio para idosos e vai haver ainda um crédito em renda pessoal que ajudará a compensar o custo de algumas despesas médicas para idosos. A ideia é boa, peca pelo facto de só estar disponível para aqueles que completam 70 anos ou mais, ou tenham um cônjuge dessa idade e sejam residentes no Ontário no final do ano fiscal, isto é, tem de ter 70 anos de idade ou o esposo/a ter essa idade e têm que ser residentes no Ontário no final do ano fiscal. Com estas exigências, mesmo assim gostei da ideia, começa-se a pensar nos idosos que, por vezes, têm muitas dificuldades em aguentar as despesas. No que toca a Educação, o governo promete lançar um projeto piloto com as áreas escolares para se acelerar a construção de novas escolas, nesta área a fatia é de $14 bilhões para escolas nos próximos 10 anos. Desta verba anunciada $1.4 bilhões serão gastos já antes do próximo ano letivo de 2022/23, isto para resolver muitos atrasos de reparações em muitos edifícios. Neste campo já apareceram algumas críticas a dizer que o valor anunciado não chega porque só a área escolar de Toronto tem reparações atrasadas no valor de $3.7 bilhões. A ser verdade a cultura fica aquém do esperado, quando deve ser uma rubrica no orçamento que se deve ter em conta, porque se está a formar os futuros/as habitantes desta província.

Caros leitores, fica aqui um cheirinho do orçamento que foi apresentado. Isto foi o que ouvi nos canais locais, mas nada ouvi da parte da comunicação social da nossa comunidade a pronunciar-se sobre o assunto, fica aqui uma crítica construtiva e peço desculpa se alguém escreveu ou falou do assunto e eu não estive atento, mas deixo a sugestão aos senhores jornalistas: vão atrás das notícias e informem a comunidade do que se passa, para isso se chama comunicação social, há que ir atrás delas e não esperar pelas mesmas sentados debaixo da bananeira.

A todos peço desculpa pelo último parágrafo, mas é no bom sentido e se não gostou, diga-me a mim só, se gostou diga ao seu amigo. Acreditem que, por vezes, deve-se dar um abanão para se acordar. Sendo crítica construtiva, ninguém deve levar a mal. Comecem a pensar em quem votar, mas votem. A nossa comunidade precisa de ser mais ativa e participativa em tudo, é tempo de pararmos de olhar só para nós e olhar para o lado também. Há projetos planeados a favor da nossa comunidade que precisam de todos nós. A parte política é uma delas.

Bom fim de semana.

Augusto Bandeira/MS

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