O carro está cheio, são nove e só um se vai sentar
São os candidatos à Presidência da República, como diz o velho ditado, o último vai ser o primeiro. Marcelo Rebelo de Sousa foi o último anunciar que irá recandidatar-se a um segundo mandato, são já nove os pré-candidatos às eleições marcadas para 24 de janeiro.
Já todos sabiam que o silêncio não fazia sentido, o que o atual Presidente andou a fazer foi a minar terreno para ver quem poderia aparecer como candidato, agora que se sentiu seguro lá foi anunciar a recandidatura. A sorte é que não há candidato à altura para o enfrentar e está visto que vai ganhar na primeira volta, tiremos o cavalinho da chuva porque da muita variedade a concorrer, a qualidade não é muito boa. Quer se goste ou não este Presidente deitou por terra o que dele se esperava, um bom chefe de Estado com o perfil que o país merece. Não foi um excelente Presidente de Portugal, foi mais populista, senhor de feiras e selfies do que um bom Presidente para o país, mas não há melhor. Se houvesse um candidato com peso, o atual titular do cargo pensaria duas vezes se avançava com a recandidatura. Tem vindo a perder popularidade e fica aflito com as sondagens porque esperava bater o recorde de votos – o que não vai acontecer. Como as coisas e as pessoas mudam. Quando era comentador dizia as verdades agora esqueceu-se de tudo, mas vai ganhar na primeira volta sem precisar de grande campanha.
Ana Maria Rosa Martins Gomes com 66 anos, é militante de base do PS, foi eurodeputada, o próprio partido, o PS, não lhe dá apoio, decidiu que a orientação para as eleições presidenciais será a liberdade de voto, sem indicação de candidato preferencial. Será que vai conseguir o segundo lugar como deseja? Porque as hipóteses são muito poucas, sendo que já conseguiu recolher apoios de figuras socialistas como Manuel Alegre, Francisco Assis, Pedro Nuno Santos, conta também com o apoio dos partidos PAN e Livre.
André Claro Amaral Ventura com 37 anos, professor universitário e presidente do partido Chega, que ultimamente subiu bastante na popularidade porque sozinho fala por 200 deputados, quer o governo goste ou não ele vai dizendo as verdades do que se passa na governação, peca da forma como as apresenta e diz. Foi militante do PSD, com Rui Rio como presidente do PSD, chegou a promover uma recolha de assinaturas para um congresso extraordinário para destituir o líder Rui Rio, praticamente ficou só e acabou por sair do partido para fundar o Chega. Vai ser uma disputa para o segundo lugar entre ele e a Ana Gomes. André Ventura vai aquecer os debates e fazer a vida difícil ao atual Presidente e não só.
Bruno Fialho com 45 anos, advogado de profissão recentemente chegou a presidente do PDR, Partido Democrático Republicano, sucedendo no cargo a António Marinho e Pinto, ficou conhecido pelo seu envolvimento nas negociações, tendo sido convidado para mediar as mesmas entre o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas e a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias. Este não vai embaraçar ninguém simplesmente passar tempo, vai fazer monte porque as hipóteses são muito baixas.
João Manuel Peixoto Ferreira com 42 anos, eurodeputado pelo PCP, partido que o apoia, passou a ser mais destacado na política depois de obter 9.55% dos votos quando concorreu como cabeça de lista a Lisboa nas autárquicas de 2017. Com a perda de militantes e de popularidade do partido não vai fazer sombra a ninguém, mesmo tendo recolhido recentemente o apoio do Partido Ecologista “Os Verdes”. Mais um para fazer monte, não mostra garra para o cargo nem para aquecer os debates.
Marisa Isabel dos Santos Matias, com 44 anos, eurodeputada eleita pelo Bloco de Esquerda, partido de que é dirigente, tem o apoio do partido, já é repetente e parece que gosta de fazer monte, tem idade e é livre de concorrer quantas vezes quiser, mas não vai fazer muita chama aos principais candidatos, não mostra capacidade para vir a ser um dia Presidente do país.
Joaquim Paulo Pinto Alves com 51 anos, empresário, Tiago Mayan Gonçalves com 43 anos, advogado, Vitorino Francisco da Rocha e Silva, mais conhecido como Tino de Rans com 49 anos, foi calceteiro no passado, passou a figura pública a nível nacional por um discurso que fez no XI Congresso do Partido Socialista, em 1999, que terminou com um abraço ao então secretário-geral António Guterres. É repetente e nas últimas eleições conseguiu 3,28% dos votos, nas próximas não será dos que vai fazer das piores figuras, sabe-se lá porquê. Também é livre e de maior idade, não percebo a razão da sua candidatura novamente.
Na minha opinião a lista é grande, mas com pouca qualidade. Tirando o atual que não foi o que muitos esperavam, o resto é mesmo para fazer monte e alguns ainda bem que lá estão para aquecer e dizerem as verdades ao atual e futuro Presidente. Que no próximo mandato seja melhor e não como o próprio disse que será exatamente o mesmo.
Vamos esperar pela campanha.
Redes Sociais - Comentários