Augusto Bandeira

Mar agitado tornou Rabo de Peixe vila famosa

 

augusto açores - milenio stadium

 

Como diz o velho ditado, o azar de uns faz sorrir outros.

Pois, o destino era Espanha, mas acabou por ficar nos Açores. Segundo disse a polícia na altura, a embarcação levava acima de meia tonelada de droga e ficou por terras açorianas, mais propriamente em Rabo de Peixe. Tudo se passou em 2001 e 20 anos depois as pessoas continuam afetadas. Há quem diga que havia muito desconhecimento do que realmente era, até o campo de futebol foi marcado com o pó branco. Imaginem só meia tonelada a dar à costa num dia de mar agitado quando o vento forte derrubou o mastro do iate, de um traficante de peso, na altura, que era de nacionalidade italiana. O destino era Espanha, mas terminou num lugar pacato e que, sorte de todos, se tornou famoso. De tal modo que já chegou aos ecrãs. Hoje pode ser vista na Netflix a história, antes do incidente, assim se deve chamar, foi mesmo um incidente.

A pequena localidade, para além da pesca, não tinha muitos recursos, pouco havia para explorar. Depois do incidente passou a haver pó para dar e vender. Na altura, muito poucos sabiam o que eram aqueles blocos brancos que, engraçado seja, viriam a abastecer muitas casas dos rabo-peixenses. Dizem os conhecedores do acontecimento, que perante tanto desconhecimento do produto achado na costa de Rabo de Peixe, muita da cocaína pura foi usada como farinha para fritar o peixe, açúcar para adocicar o café, etc. Há quem diga que até o campo de futebol foi marcado com a fartura de tanto pó, material desconhecido na altura. A lentidão da polícia só conseguiu apreender uma média de 400kg, o resto ficou com os habitantes locais. Pelo acontecido e notícias vindas a público, a polícia estava convencida que o iate transportava apenas 500kg, mas os entendidos e que provavelmente tinham conhecimento do negócio, segundo um jornalista enviado para cobrir o caso no jornal Público, o barco podia levar até 3.000kg. Na altura, esse jornalista assegurou em notícia que ninguém ia cruzar o Atlântico para levar apenas uma pequena percentagem quando podia levar muito mais, ninguém sujaria as mãos por uns quilitos apenas.

A verdade de tudo o que aconteceu, é que os dados oficiais da tragédia nunca foram conhecidos, até o tipo da pureza da droga. Se não fosse a primeira página de um jornal local, que na altura com letras gordas dizia “Cocaína mata em São Miguel”, a relatar o aumento no número de overdoses e a morte de um jovem, só assim é que as autoridades tiveram conhecimento e se dedicaram a fundo na investigação. É esta linda história que agora todos podem ver na Netflix. História que ilustra a realidade de um acontecimento que muitos poucos tiveram conhecimento, assim o azar de uns tornou outros famosos e conhecidos. Não pela melhor forma, mas não lhes podemos tirar a excelência de pessoas que são – trabalhadores e dedicados. Foi por algo aparecer naquele dia em que o mar se agitou e obrigou a que alguém descarregasse a carga. Foram semanas de buscas no porto de Ponta Delgada. A polícia, com sorte, encontrou um pacote escondido num iate atracado no porto de ponta Delgada, o azar de Antoni Quinzi foi o dito pacote estar embrulhado em jornal e com o mesmo nome e data daquele que estava nos fardos de cocaína que chegaram à praia. Foi a sorte da polícia que conseguiu prender o único homem, um siciliano, que acabou por cumprir pena em Coimbra. Uma história pouco conhecida, mas que teve o seu valor e hoje virou filme na Netflix. Vale a pena ver as aventuras dos rabo-peixenses, pessoas humildes, simples e que sobrevivem da pesca artesanal, e que hoje correm o mundo em filme.

Acidentes de uns, fazem sorrir outros, assim foi o que aconteceu com a perda do mastro de um iate em 2001.
Bom fim de semana.

Augusto Bandeira/MS

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