Augusto Bandeira

Mais vale um na mão que dois a voar

 

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Vem aí alteração na vida das pessoas, mais vale um na mão que dois a voar.

Na Europa bastou 0,5% para colocar muitos a tremer, e estamos em época quente.

O Fundo Monetário Internacional, no início do ano, dava boas notícias, quando dizia que havia uma previsão de crescimento próximo dos 4% para a economia mundial e de 2,5% para a União Europeia. Recentemente veio a público com notícias péssimas para todos, mas mais péssimas ainda para a Zona Euro. Afinal, o que se previa já foi por água abaixo. O crescimento não passará de 2% na economia mundial e a Zona Euro pode entrar em estagnação. Ninguém quer admitir uma recessão, mas só mesmo uma recessão para baixar a inflação em que o mundo se encontra. Sim, isto é mundial e há países com menos recursos que outros, os que dependem de importação para viver, cada vez sofrem mais. Quanto mais tarde se colocar um travão na inflação mais duradora será a recessão.

Vivemos atualmente no Canadá com uma inflação de 8.1% e a média europeia está nos 9.6% – se nada se fizer a curto prazo onde vai parar o custo de vida? Recentemente, escrevi num dos artigos de opinião sobre isto, já não está fácil aguentar o custo de vida, o pior é nos bens essenciais que cada vez estão mais caros, entre outros produtos. Para quem não sabe, há famílias que sobrevivem com muito esforço, para não dizer na miséria, os ordenados não suportam as despesas essenciais, renda de casa, cuidados de saúde e o bem para os filhos, quem os tem. O mais triste é que se corta sempre onde não se devia, que é na alimentação. Os aumentos foram aquém do esperado em relação à inflação, para muitos mal dá para a água que gastam a tomar banho. Este mal gira em volta de todos, uns podem vir a sofrer mais que outros. Uma inflação significa uma recessão, por isso mesmo para a travar faz falta haver uma recessão. Neste momento, a taxa de juro no Canadá é de 2.5%, a última subida colocou um travão na imobiliária em espaço de dias, as vendas reduziram a uma média assustadora para os investidores e as grandes construtoras não admitem, mas temem o pior a médio prazo.

A subida de 0.5% no Banco Central Europeu fez estragos logo de seguida e o FMI veio logo avisar para o pior em caso de nova subida. Reparem só foi 0,5%, coisa que não acontecia nos últimos 11 anos, não demorou muito para o metro quadrado das casas em certas zonas de Portugal baixar e a procura reduziu em flecha. Hoje já se compra mais barato que nos últimos dois anos, mas vai continuar a baixar. O “stock market” da imobiliária, assim se deve chamar, porque muitos usavam-na como um jogo, pode vir a sofrer perdas. Se o juro volta a subir podemos entrar num descalabro e numa recessão assustadora como aconteceu em finais de 80 e inícios de 90 no Canadá e depois de 2008 na Europa, especialmente em Portugal. Os entendidos dizem que não chega a esse ponto, mas para os que se habituaram a viver acima das possibilidades podem vir a ter mais dificuldades nos próximos tempos, e muito cidadão vai ser obrigado a alterar a forma de viver.

Felizmente, só acontece de quando em vez, o Canadá não sente uma recessão nos últimos 20 anos, isso é bom e graças a uma boa gestão e controlo por parte dos bancos, mas desta vez deixaram andar tudo à solta durante muito tempo. O dinheiro esteve muito barato e foi a razão de se chegar aos 8.1% na inflação, o nível mais alto em 39 anos, isto não é bom sinal. Já se fala que o crescimento previsto para 2023 não passará de 1,75%.

Neste momento que se vive o Banco do Canadá tem como principal objetivo controlar a inflação, o que para nós não são boas notícias, porque para isso a única forma para controlar é com a subida nos juros. Juros muito altos podem trazer dificuldades para muitas famílias que, e muito bem, procuraram obter a sua própria casa. Esperemos que os postos de trabalho se mantenham intocáveis.

Nada de assustar, eles sabem o que estão a fazer, nós só temos que fazer uma boa gestão pessoal, que nem sempre é fácil, digam o que disserem. Os que disserem que é fácil estão a mentir.

Bom fim de semana.

Augusto Bandeira/MS

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