Augusto Bandeira

Isto é que vai uma mistura de nabos, uns já com grelo e outros perdidos no campo

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Na semana passada foi abanada pela bomba do lítio, que caiu da noite para o dia e rápido derrubou um governo de maioria. Se calhar, ainda bem para o lado de alguns, que já não conseguiam saída para os fracassos acumulados e uma tristeza para outros que estavam à sombra da bananeira e mais se preocupavam em se governar do que propriamente governar o país para o qual foram eleitos. Mas como muita tinta vai correr deixemos rolar. Agora andam na correria para suceder a António Costa.

No pouco tempo que me sobra, no meu dia a dia, vou tentando acompanhar tudo o que se está por lá a passar. Espero que os portugueses tenham tido uma excelente lição e que acordem. Na próxima oportunidade voltaremos a opinar sobre a política que se tem vindo a desenrolar e vai continuar, estejam atentos que o rapaz vai tentar novamente uma geringonça, isto é, Pedro Nuno Santos está a fazer tudo para ser ele a concorrer para primeiro-ministro nas eleições de março, com a fé que vai entrar novamente no governo ainda que seja com a repetida geringonça. Acreditem que muitas surpresas podem acontecer, isto vai servir de teste à capacidade de memória dos portugueses, esperemos que Portugal não vá cair novamente em trapalhadas de garotos.

Mas como eu nem sempre falo e o prometido é devido, no meu artigo de opinião da semana passada, deixei claro que esta semana dava a opinião sobre os conhecimentos que tomei aquando da visita ao nosso país e de como as coisas se tornaram difíceis para muitos por culpa da falta de controlo da inflação. Hoje está a ser um desespero para muitos e muitos não têm coragem de dizer as verdades sobre as dificuldades que estão a sentir, porque se o dissessem a percentagem de pobreza era muito mais alta. Hoje gerir as contas pessoais não é fácil.
Viu-se nos noticiários há semanas atrás que muitas famílias estavam a regressar ao país de origem, tudo porque sentiam dificuldades em conseguir uma vida de qualidade neste país, acredito e todos sentem na pele os aumentos dos bens essenciais e os ordenados não acompanharam. Hoje é muito difícil começar uma vida nova neste país, mas do outro lado do Atlântico as coisas estão exatamente na mesma situação ou piores. O custo de vida é muito mais alto do que cá, em comparação com os ordenados. Os bens essenciais, em média, são muito mais caros em Portugal, as rendas em comparação são uma loucura. Como se pode viver a ganhar um ordenado médio, entre 1.200 a 1.500 por mês, para não dizer o ordenado mínimo e pagar uma renda de 400 euros, pelo baixo, porque há zonas muito mais caras, ter um carro, pagar seguro, comprar os bens essenciais etc., tudo isto são despesas básicas, para não falarmos em ir tomar o seu café entre outros prazeres de vida, que se praticam diariamente, mas tenham calma e não vamos confundir quem vai deste país para Portugal de férias. Temos que nos colocar no lugar de quem lá vive e tem que gerir a casa com a carteira com os ordenados que recebem lá. Não se pode confundir férias com trabalho. Eu em poucos dias não consegui perceber como as pessoas conseguem viver, se pedissem para lhes dar uma avaliação como gestores, eu dava nota máxima, porque conseguem fazer vida com carteira de pobre. Dou-lhes os parabéns! É talvez por isso, que muitos ao visitarem Portugal ficam com aquele calor de voltarem julgando, se calhar, que o cheque com valores canadianos vai continuar a entrar todas as semanas.

Vi e tomei conhecimento de muita pobreza e pessoas com muitas dificuldades. As dificuldades de alguns são preocupantes, mas não está fácil para a maioria das pessoas. Os que vivem nas proximidades das fronteiras tem a possibilidade de procurar produtos mais baratos na vizinha Espanha, e os vizinhos espanhóis também atraídos pelos preços mais baixos vêm ao nosso lado comprar bacalhau e azeite entre outros, segundo os habitantes junto às fronteiras é um correr de um lado para o outro na procura de preços mais baixos.

Mas nem tudo está assim tão mau, porque há herdeiros que estão a deixar passar o prazo para reclamar certificados de aforro de pessoas que morreram, o prazo para resgatar o dinheiro é de 10 anos depois da morte e, segundo saiu em notícia, só nos últimos cinco anos o Estado ficou com mais de 18 milhões de euros nos cofres de certificados de aforro esquecidos. Ficava bem ao Estado e podia pegar nesse dinheiro e distribuir pela classe mais pobre, através de instituições de caridade, tipo através das IPSS “Instituições Particulares de Solidariedade Social”. As IPSS ajudam muitos pobres, e na realidade são dinheiros de pessoas que não têm conhecimento da sua existência ou é esquecimento, e devia de ser distribuído para ajudar outros e não ficar nos cofres do Estado, se todos nós fizermos uma análise ao nosso país, não está assim tão mal, havendo pessoas que nem reclamam o que lhes pertence e outros não admitem que estão a passar fome. Assim vai o nosso bonito país, conhecido como o jardim da Europa.

Bom fim de semana.

Augusto Bandeira

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