Augusto Bandeira

Estado de Emergência

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Foto: DR

 

Novo Estado de Emergência entrou em vigor em Portugal no dia 9 deste mês, mais uma vez a prejudicar os mais pequenos. Mas será que todas as medidas tomadas são necessárias? Muitas não fazem sentido nenhum, engraçado é que aconteceram em simultâneo, parece que combinaram.

Eu acho que os governantes tomam decisões a ferir o elo mais fraco, isto no bom sentido, porque na realidade os comes e bebes são os mais importantes. Sem eles uma grande percentagem da população passava muita fome. Eu continuo com a mesma ideia, não é nos restaurantes que se transmite a maior percentagem da Covid-19, há locais muito piores e, neste momento, entre as idades mais novas, que depois passam para os mais idosos. Os ministros determinaram/decidiram aprovar a proibição da circulação na via pública entre as 23h00 e as 05h00 nos dias de semana e a partir das 13h00 aos sábados e domingos – esta medida foi aplicada simplesmente aos 121 concelhos com risco elevado de transmissão da Covid-19, concelhos que foram selecionados sabe-se lá por quem. Só podem circular para desempenho de funções profissionais entre outras, mas para isso será necessária uma declaração, emitida pela entidade empregadora ou pelo próprio, no caso dos trabalhadores independentes, etc. Algo aqui foi bem pensado foi terem deixado de fora os profissionais de saúde e todos os trabalhadores de instituições de saúde e de apoio social, agentes de proteção civil, forças armadas entre outros serviços públicos, todos estes não precisam de declaração, até aqui foi mais ou menos positivo. Também positivo foi o próprio governo compreender e assumir que estas regras aplicadas prejudicam o comércio, tendo dito que tem sido dos setores mais afetados por esta crise. Mas os mais afetados são, sem dúvida, os restaurantes, no que toca a proibição de circulação a partir das 13:00 aos sábados e aos domingos. Isto é mesmo gozar com os trabalhadores e empresários do comércio a retalho e a restauração. Se a fatia de bolo maior é ao fim de semana como vão os pobres sobreviver? E ainda por cima vem o António Costa dizer – “Queremos ter um Natal tão parecido com o Natal que as nossas tradições nos foram ensinando a ter”. Esperem aí, isto é mesmo gozar com as pessoas – como se vai ter um Natal se as receitas vão ser negativas para milhares de famílias? Eu acho que aqui quem escreveu e manda o primeiro-ministro dizer não pensou bem. O próprio, se calhar, não teve tempo de pensar, de ler o que lhe enviaram, ou então os ministros devem ter reunido numa sexta-feira ou numa segunda de manhã, piores dias para se tomarem decisões. Como sabem o que eles dizem em relação a restrições é-lhes fornecida toda a informação e tudo o que devem dizer. Se pensarmos bem, este confinamento em 121 concelhos é só porque vem aí o Natal, quer dizer que se não estivéssemos próximos do Natal deixavam-nos morrer. Sim eu sei que não é a forma correta de se dizer e é medíocre, mas é como ele assim o transmitiu ao cidadão.

Meus caros, anda tudo louco, já parece como no filme “Os deuses devem estar loucos”, mas o mais engraçado é que poucos se pronunciaram sobre as novas medidas. O Dr. Rui Rio deu-lhe uma lição à distância. Uma pessoa que teve coragem de se expressar e com categoria foi o Dr. Moreira, presidente da Câmara do Porto, que disse em alto e bom som que quando tomarem medidas para determinados concelhos devem comunicar com os autarcas. Ninguém mais do que eles querem o bem para o cidadão, não é decidir as coisas sem pensar nas consequências que todas estas decisões podem trazer.

Ah… sim têm razão, depois de algumas críticas construtivas, o primeiro-ministro veio a público dizer que vai haver uma verba para ajudar os empresários da restauração e similares – isto é tirar com as duas e dar com uma mais tarde. Retirar tudo, pobre do empresário. Nota-se que não se fazem estudos atempadamente para se tirarem conclusões concretas e decidir medidas que não prejudiquem tanto. Aqui se vê que o trabalho de casa não é feito com tempo e depois… vamos lá reunir e tomar medidas pela forma mais fácil. Governos sem ideias, sem trabalho no terreno.

Mas por cá está-se a passar mais ou menos a mesma coisa. Reparem que até dia 22 deste mês na Peel Region nem visitas se pode ter nas próprias casas. Os restaurantes, mais uma vez, levaram com uma machadada das grandes ao verem ser-lhes reduzido o número de pessoas dentro de portas. Pobre dos que têm espaços reduzidos. Porquê tudo isto na região de Peel? Porque uma determinada zona desta região que, desde sempre se portou mal e nunca se souberam educar para proteger os outros e a eles próprios, abriu asas e continuou com megafestas e ajuntamentos, sem respeitar as regras que tinham sido impostas. E agora, por culpa de meia dúzia, acabam de prejudicar um grande número de pessoas sem essas terem culpa. Também aqui se devia ter feito estudos e apertar o cerco na área que não estava a respeitar as regras impostas. O mais fácil foi meterem tudo no mesmo saco. No meu ponto de vista, mais uma decisão medíocre tomada em cima do joelho, sem pensar.

Vamos indo e vamos vendo, não façam planos para o Natal, nem para férias porque da noite para o dia as coisas alteram, mandatadas pelo poder político.

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