Augusto Bandeira

Dia de Portugal, 10 de Junho: Feriado em Portugal, festejado fora do país, onde há portugueses

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Créditos: Revista Amar

 

 

Como vinha sendo habitual, todos os anos celebrava-se o Dia de Portugal, com programas recheados de bons espetáculos entre outras atividades, que envolvem muitos cidadãos da comunidade. Nos últimos dois anos, por motivos de força maior (a pandemia), fomos obrigados a uma paragem. Essa paragem habituou pessoas a diferentes formas de passar o tempo e até nas próprias empresas se notou uma diferença. Quer se goste ou não, o Dia de Portugal é de todos e todos devemos de nos envolver direta ou indiretamente. Ou somos ou não somos portugueses.

É sabido que festas como havia, com concertos de gabarito a custo zero para os assistentes, isso dificilmente voltará, podemos tirar a ideia da cabeça, mas devemos ter em atenção que no país em que vivemos dificilmente uma organização deste tipo se torna em empresa privada. Somos um tipo de portugueses muito diferentes de outros portugueses espalhados pelo mundo, com todo o respeito. Sei que muitos pensam o mesmo, mas não têm coragem de o dizer, mas é de facto uma realidade e a prova é que se sentiu este ano a dificuldade em se conseguir fazer algo em grande. Os patrocínios não chegam para as despesas. Se os espetáculos fossem a pagar a adesão era pouca, o que não suportava as despesas, assim quem organiza é criticado por tentar fazer e por não fazer. Afinal onde ficamos? Quando coisas deste tipo acontecem como nos vamos considerar uma comunidade unida? Difícil. As organizações chegam para todos, o espaço chega para todos, todos serão reconhecidos mais tarde ou mais cedo, uns pela negativa e outros pela positiva, se cada um der um passo do tamanho das suas pernas, todos juntos chegaremos muito longe. Há tantos projetos que nos irão engrandecer se forem concretizados, ficaremos para a história, mas deixem trabalhar quem sabe. Posso dizer que me custou tomar a decisão em escrever este artigo de opinião sobre o Dia de Portugal e sua envolvência, no passado e o que podemos esperar no futuro. Com este andamento e da forma que o cidadão foi habituado, vai ser difícil fazer algo onde as pessoas tenham que desembolsar para assistir, por isso só se faz com o que se tem e consegue, mas não critiquem.

10 de Junho é feriado nacional, é uma homenagem ao grande poeta Luís Vaz de Camões, autor dos Lusíadas, a maior obra épica de Portugal. Como todos sabem faleceu no dia 10 de junho de 1580, por isso todos os anos há uma cidade escolhida como sede das comemorações, que é nessa cidade onde o Presidente da República marca a sua presença. Este ano de 2022 a cidade de Braga foi a escolhida para as cerimónias oficiais e o país escolhido para a celebração junto das comunidades foi o Reino Unido. Sabemos que a diferença de horário é grande, mas quando será o Canadá, cidade de Toronto, a escolha para a celebração junto das comunidades? Era bonito e mostrar em grande o que somos, mas, com todo o respeito e desculpem esta minha opinião, temos que mudar de mentalidades e não olhar por cima dos ombros de quem está na organização, temos que ajudar com o que sabemos e podemos. Claro que ideias há muitas, mas usem as ideias e digam de onde vieram, como se conseguiu, assim todos ficam com uma percentagem do mérito. Devia de ser neste dia, semana, que se distinguiam individualidades pelo trabalho em nome da nação, devia ser nesta semana as entregas de medalhas de mérito a pessoas com nomeação sem ligações ou amizades, mas sim por obra e desempenho cultural em prol da nação. Como se diz no Norte, coisas direitas.

Temos que seguir exemplos de outros países onde havia rivalidades e com atitudes destrutivas a comunidade ficava a perder, a pouco e pouco foram-se unindo e hoje até recebem subsídio do estado português. Recentemente organizou-se a 46ª edição da Festa Franco-portuguesa de Pontault-Combault, departamento 77 – também esteve parada pelo mesmo motivo, mas voltou a ter um mar de gente no parque da Mairie daquela cidade. Juntou cerca de 30.000 forasteiros a assistirem ao espetáculo organizado pela Associação Portuguesa Cultural e Social. Um dos convidados de honra foi o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo.

Pela notícia que veio no Lusojornal, o secretário de Estado ficou surpreendido: depois de dois anos de paragem encontrou uma comunidade muito unida. Viu de tudo – uns assavam frangos e sardinhas, mais ao lado vendiam-se bifanas e pastéis de nata, outras barracas vendiam cerveja portuguesa, noutras Licor Beirão, até brindes ligados às festividades, tudo à portuguesa. O mérito é sempre da comunidade em geral, e quais eram os principais patrocinadores – Caixa Geral de Depósitos e a Fidelidade, ambas em destaque com a Rádio Alfa a fazer cobertura entre outras. Isto é união e assim se chega e fala alto ao ponto de se receber um montante de 31.000 euros de ajuda do Governo português, porque há candidaturas com objetivos em prol da comunidade e não há interesses pessoais. Coisas organizadas em prol da comunidade onde todos ajudam. As direções mudam todos os anos, mas todos ajudam e continuam envolvidos a fazer pelo melhor. Li a notícia e deixo como exemplo porque conheço o que lá se faz todos os anos. Por cá precisamos de ser mais unidos e envolver coisas portuguesas e fazer o que o povo gosta e não o que meia dúzia gosta.

Bom fim de semana para todos e vá ver a parada, vá ver o festival de folclore, leve os filhos, netos e envolva os amigos nestas festividades. Vamos ser unidos, porque a união faz a força.
Viva Portugal.

Augusto Bandeira/MS

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