Depois da tempestade, um telhado novo

Sempre que algo anormal acontece, surgem os “chicos-espertos” para dar avaliações e fazer gestão fora do relvado, autênticos treinadores de bancada. Eu gosto de ver e ouvir, porque, sem dúvidas, sabemos que onde há fumo, há fogo, eu sempre disse que quando algo vem à tona, como o azeite, é porque algo está errado, mas tenham calma! Quando temos profissionais competentes a tratar dos acontecimentos, as coisas fluem sem necessidade de “olear” os rolamentos, foi exatamente o que aconteceu, mais uma lufada de ar fresco, com luva branca.
Deram-lhe o nome de “Tutti Frutti”. Engraçado, não? Um nome que remete às músicas vibrantes dos anos 50 e 60 e a um sumo de mistura de frutos que fez sucesso em tempos, e, de facto, este episódio merece um nome assim, já que envolve figuras de vários partidos (ou quase todos), empresários e outros intervenientes. O ex-presidente da Câmara Municipal, F.M., aparecia no centro deste enredo, mas pelo bem do senhor ficou de fora, que mistura, espinhos e rosas, pétalas e laranjas, que bela caldeirada!
O escândalo atinge 60 pessoas, entre autarcas de juntas importantes de Lisboa, funcionários e empresários envolvidos em esquemas de corrupção e prevaricação. Perguntam-me se é grave? Sim, muito, mas o atual partido que governa a Câmara de Lisboa e Portugal teve uma postura profissional na gestão deste caso, todos os membros acusados suspenderam o mandato, e o partido decidiu retirar-lhes qualquer poder na escolha de listas para as próximas eleições autárquicas.
A direção do PSD assumiu a responsabilidade de escolher os candidatos autárquicos para Lisboa, afastando qualquer influência de Luís Newton e Ângelo Pereira, ambos acusados no processo “Tutti Frutti”. Essa é a forma correta de fazer política, retirar imediatamente a confiança até que se prove a inocência. Outros deveriam ter feito o mesmo em casos recentes, mas a gestão política difere de partido para partido. O PSD mostrou transparência, qualidade na resolução de problemas e colocou a honestidade em primeiro lugar, porque governar um país exige responsabilidade!
Podem ficar tranquilos, nada afetará o excelente trabalho de Carlos Moedas como presidente da Câmara de Lisboa, se os lisboetas tiverem bom senso, ele será reeleito, pois não há candidato à altura, com as mesmas qualidades e capacidade de gestão.
Parabéns a toda a equipa liderada por Luís Montenegro pela forma eficaz como geriu este processo, colocando as peças no devido lugar e retirando confiança a quem não a merece. Políticos desonestos não merecem respeito, pena que outros partidos não adotem a mesma postura, pois alguns indivíduos não deveriam estar onde estão. Tenho dito!
Que a democracia continue a trazer novidades.
Bom fim de semana!
Augusto Bandeira/MS
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