Augusto Bandeira

Comunidade portuguesa está de parabéns!

O PCCM conseguiu o feito em que muitos nunca acreditaram

 

pccm - guinness - milenio stadium

 

Eu sei que muitos, mais uma vez, vão recortar este artigo de opinião e, usando um prego, irão colocá-lo nos seus locais, onde passam algum tempo e recebem alguns amigos. Sim, porque é só para amigos e não para a comunidade em geral, algumas casas até proibiram a entrada de certos elementos, sabe-se lá porquê. Eu como não sei ser falso, tipo na frente abraçam-se e dão os parabéns a tudo, mesmo sabendo que está mal, e nas costas criticam e dizem o piorio… eu não tenho coragem de ser assim. Ou sou, ou não sou, ou gosto ou não gosto, acima de tudo qualidade na organização e representação. Sempre fui assim e continuarei. Também sei que não vou mudar nada no sistema que está instalado, já me convenci disso, mas também estou a ver as coisas a caminharem para o degredo.

Aos poucos as coisas vão terminando. Gostava de ver alguém a deitar a mão enquanto há lucros, não deixem acabar com tudo e unam-se, já digo isto há vários anos e cada vez as coisas estão piores. Alterar o método de gerir os clubes é urgente, ninguém tem culpa, mas todos têm culpa quando sabem que está mal, mas lhes dão os parabéns para agradar e por detrás das costas criticam e falam o piorio. As pessoas que sabiam algo sobre cultura regional, a pouco e pouco estão a desligar-se e não vejo substitutos em muitas casas. Desculpem, mas basta ver a forma como se organizam eventos e se promovem, porque não têm conhecimentos e querem ser vistos na foto. Mas admitam que não sabem, atendendo a que ninguém é obrigado a saber tudo, mas podem ser bons ouvintes, aceitar e respeitar. Coisas que poucos sabem ser, já que de humildes não têm nada.

Isto para dizer que a massa crítica funciona, ou se é um grupo a sério ou então saiam da frente.

Muito se falou nas costas e a prova foi que não colaboraram com a presença, eu até posso estar enganado, mas raramente me engano e tenho coragem de o escrever porque presenciei muitas conversas críticas a este evento, nunca percebi o porquê. Eu sempre acreditei que era possível, mas com um número muito superior ao que se conseguiu. Assim só se demonstrou que somos uma comunidade desunida. “É triste”, eu recordo um célebre dia a falar com uma pessoa ligada à organização deste evento que aconteceu no fim de semana passado, ela com os olhos em lágrimas dizia vamos trabalhar para que seja uma realidade, “faço em nome do meu pai”, assim dizia essa jovem senhora. Hoje estão todos de parabéns, seja por quanto tempo for, mas conseguiram colocar a comunidade portuguesa do Norte da América nas notícias por todo o mundo com a conquista de recorde para o Guinness.

Entendam isto da forma real, era para todos não para eles, acho que as pessoas perceberam mal esta iniciativa e tentaram destruir. Com todo o respeito por todas as casinhas, como eu chamo, que nada têm feito pela cultura regional a não ser por eles próprios, ficaram muito mal na foto, mas felizmente a equipa organizadora não temeu e conseguiu. Acompanhei um pouco dos trabalhos como podia, a pouco e pouco verificava o cansaço e o receio de não haver o número desejado, mas sempre andaram em frente. Souberam ser, ouvir, aceitaram ideias, respeitaram e só assim o conseguiram. Mais uma vez, desculpem, mas deram uma chapada de luva branca em muita boa gente que no fundo era contra a ideia por terem sido eles a ter a iniciativa, e diziam que quem devia de organizar era esta ou aquela, porque queriam estar na foto, mas a prova é que nenhum tem a capacidade e a dinâmica que eles tiveram, nem as condições. Estou tão feliz pelo conseguido como toda a equipa.

Vi pessoas em lágrimas quando os números foram anunciados, com alegria de se ter conseguido, eu com o pouco do conhecimento, como já andei muito envolvido nestas coisas e sei das dificuldades que se sentem, depois de ter visto lágrimas de alegria e do esforço durante todo o percurso não posso deixar de colocar aqui nomes, não ficava com a consciência tranquila. Toda a equipa está de parabéns, mas há uma família que merece respeito e todos viram, foi com essa jovem que eu falei e os olhos dela se encheram de lágrimas – família “Camara” muitos parabéns especialmente ao talento do Andrew, descendente de família das ilhas, que apesar de ter nascido em terras do Canadá, tem um conhecimento regional que poucos têm e sabe ouvir para poder transmitir. A comunidade precisa de muitos como ele e de casas que trabalhem em prol da etnografia e da cultura regional. Não se esqueçam, e com todo o respeito, hoje o clube que tem capacidade de representar com qualidade o nosso país num local só é o PCCM, ali não há casinhas nem se inventam eventos e noites para isto ou para aquilo que não existem na cultura regional portuguesa. Ali trabalha-se e transmite-se a realidade dentro das possibilidades.

Há tantas coisas que se podem fazer na comunidade, mas muitos não aceitam porque depois não se conseguem promover e por isso é que existem tantas casinhas.

Parabéns mais uma vez, estou tão feliz como toda a equipa que organizou e conseguiu. O mérito dá-se a quem merece, continuem a trabalhar em prol da união da comunidade, dá gosto quando assim se vê, ajudar e participar. A todos os empresários, abram os olhos e ajudem quem ajuda, estes sabem receber e dar. Esta é a minha opinião que tentei introduzir num clube por onde passei, mas alguém foi contra e até se desviaram e hoje fazem o que querem lá dentro.

Bom fim de semana.

 

Augusto Bandeira/MS

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