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Assim vai o estado da nação…

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Afinal, quem é Miguel Alves? Certo sabe-se apenas que era presidente da Câmara de Caminha. O considerado jovem e até pouco conhecido nos bastidores políticos, mas já com vícios dos mais velhos, nasceu em Lisboa, cedo foi viver para Caminha, mas esqueceu-se que no Norte não se comem gelados com areia para cegar as pessoas.

Escolhido pelo primeiro-ministro para trabalhar ao seu lado, não foi preciso muito tempo para se descobrirem os negócios escuros em que se envolveu quando presidente da Câmara de Caminha. Ele não tem culpa, a culpa é do líder que o escolheu. Licenciou-se em Direito, com uma pós-graduação em Direito de Trabalho, graduação essa pela Universidade Moderna do Porto. Se recuarmos uns anos atrás dali sai gente boa. Este não ficou de fora, aprendeu rápido as curvas da vida política que muitos seguem, hoje muitos estão no governo. Infelizmente o primeiro-ministro tapa os ouvidos ou ali há gato.

No passado outros secretários de Estados envolvidos em casos menos graves demitiram-se, como assim deve acontecer, ou o próprio primeiro-ministro tomar a iniciativa de o demitir. Neste caso as coisas continuam como que nada tenha acontecido, a não ser alguns históricos do partido socialista defenderem a saída de Miguel Alves do Governo. A comentadora Ana Gomes vai mais longe e diz que o caso em que o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro está envolvido exige um julgamento político. Outro histórico do partido, João Cravinho, defende a suspensão do governante o mais rápido possível, assim o dizia ao ser questionado pela RR. Mas há mais, a antiga secretária de Estado da Educação e ex-ministra da modernização administrativa, Alexandra Leitão, ao comentar no Porto Canal, contestou a continuidade do governante no atual Governo e mostrou-se pouco esclarecida relativamente aos argumentos usados pelo ex-autarca de Caminha. Quer se goste ou não é uma vergonha para Portugal ter um primeiro-ministro que tapa os ouvidos quando Ministério Público tem Miguel Alves como arguido em dois casos. É absolutamente inaceitável não ter havido por parte do acusado quebra de silêncio sobre o adiantamento de 300 mil euros a um empresário, que segundo notícias vindas a público foi em troca da construção de um pavilhão multiusos, que dois anos depois ainda não saiu do projeto.

Este é um jovem na política, pensamos nós, mas já vem para certos cargos com vícios que muitos mais velhos não têm e nem nunca chegaram lá. Este governo, sinceramente o António Costa até nem merecia isto, mas está a pagar pela forma como chegou ao poder. A equipa é fraca e fica aquém do que Portugal precisa e merece. Este foi mais um que nem mentir soube e veio a público falar tarde demais, e engraçado é que só falou porque foi pressionado pela comunicação social, e tem a coragem de dizer que todo este panorama em volta dele foi porque veio da Câmara de Caminha, quase quis dizer indiretamente que se tivesse vindo de um município maior nada estaria mal. Para mim pode até ser um excelente político, mas aparece em público com uma mentira completamente esfarrapada. Não conseguiu explicar nada e o zé povinho aceita. Como o primeiro-ministro já percebeu que o povo dorme em pé, nada faz porque está tudo bem, é que nem ouve as críticas de dentro do partido. Acho muito grave. Como cidadão português, com dupla nacionalidade, isto preocupa-me e pergunto-me: porque é que Miguel Alves ainda continua no Governo? Mas sinceramente não consigo obter uma resposta credível, quando para o próprio primeiro-ministro a ética não existe, e nem sente uma necessidade de dar explicações, para ele está tudo bem. Podemos dizer em voz alta que a responsabilidade política deve ter sido engolida pela responsabilidade criminal.

Assim vai o estado da nação, já ninguém quer saber e assim se pode chegar rápido a um país desgovernado. Não sou adepto do PS, mas aceito os governos que o povo escolhe e tento sempre aceitar as propostas desde que seja para o bem da nação, mas este governo de maioria está-me a desiludir bastante. Já o escrevi em artigo de opinião, como social-democrata já votei PS para as autárquicas, mas PS no governo a governar o país ainda não me convence.

Como opinar é livre e vivemos em democracia, bom fim de semana.

 

Augusto Bandeira/MS

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