
Nada disto era necessário se os políticos fossem responsáveis, mas não precisamos de ir muito longe, desde o 25 de Abril, a qualidade dos políticos tem vindo a decair, isto acontece a todos e, quando se quer o poder a todo o custo, vale tudo. O primeiro-ministro declarou tudo o que tinha a declarar, deu todas as explicações e mais algumas, mas por ser uma pessoa que sabe fazer algo além de ser político, ou seja, trabalha para sobreviver, acaba por ser alvo de críticas daqueles que não sabem fazer mais nada a não ser política.
Alguns receberam milhões enquanto eram deputados, outros que chegaram a ser primeiros-ministros e Presidentes da República, sempre viveram à custa do Estado e de todos os lados, até se inventavam fundações, mas nessa altura não havia o Chega.
Agora surge um partido cheio de casos, que foi extremamente inteligente ao desviar as atenções para onde queria, levando a reboque políticos de pouca qualidade, aqueles que apenas sabem segurar-se ao poder público, se tivessem de angariar clientes ou gerir um negócio, não teriam capacidade, mas, no poder, governam-se muito bem. Basta reparar nos que se focaram na vida privada do primeiro-ministro e perguntar – conseguiram tirar alguma coisa dali? Olhem para o passado, muitas coisas aconteceram e não vai assim há muito tempo.
Montenegro disse tudo o que tinha para dizer, sabemos que cometeu erros ao não explicar logo a questão familiar assim que ela surgiu, se o tivesse feito, tudo poderia ter sido resolvido de outra forma, e não teria dado cartas ao líder da oposição, um homem que hoje diz uma coisa e amanhã diz outra. Analisando friamente, a crise política que Portugal pode vir a viver é responsabilidade tanto de Pedro Nuno Santos como do primeiro-ministro. Ambos têm culpa. Para quem tanto defende a estabilidade, PNS ficou muito mal com a forma como reagiu depois de ser pressionado pelos pesos-pesados do seu partido.
Dizem que ninguém quer eleições antecipadas, pois então, na apresentação da moção de confiança, o PS que se abstenha, que dê confiança ao governo, porque se assim não for está a entregar o país ao Chega. É assim que tem acontecido em países que hoje são governados por extremistas, no fim das contas, quem sairá a ganhar é o Chega.
Caros amigos, resta esperar pelas sondagens e por eventuais eleições. O PS pode perder terreno e a AD pode, se fizer um bom trabalho e der as explicações necessárias ao eleitorado, sair vencedora com uma margem mais folgada, não haverá maiorias, mas poderá haver surpresas e, no fim, tudo poderá continuar na mesma.
A estratégia foi bem jogada. Na minha opinião, o primeiro-ministro fez muito bem ao encostar a oposição à parede ao anunciar a apresentação de uma moção de confiança, agora veremos quem realmente defende a estabilidade. O país está a ser governado como não se via há muitos anos, com qualidade e a pensar no bem da população, a dívida externa está a baixar, a economia está em alta, e grande parte dos problemas está a ser resolvida, inclusive os que foram herdados, já sabemos que a moção de confiança não passará e que o Presidente da República tem apenas uma alternativa, convocar eleições. É isso que realmente se quer? Veremos. Não acredito que o PR nomeie outro primeiro-ministro, provavelmente, fará o mesmo que fez quando António Costa se demitiu.
O Chega conseguiu o que queria, desviar as atenções dos seus próprios problemas internos, recheados de deputados com casos problemáticos, e teve a ajuda de PNS, que passou dias e noites a bater na mesma tecla, esquecendo-se de que vive numa casa com telhados de vidro.
Aguardemos por melhores notícias.
Bom fim de semana!
Augusto Bandeira/MS
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