A pandemia vai continuar, por isso mais vale acordar
Mais um ano a terminar e as coisas impostas pela pandemia a continuar.
E o associativismo com prolongamento dos problemas.
Passados alguns meses, quase dois anos, a pandemia mandou e fez com que o associativismo se adaptasse a novas vidas e muitas mudanças houve nas pessoas. Hoje ouvem-se muitos cidadãos, que frequentavam regularmente alguns clubes, que hoje dizem que não têm planos para um regresso a curto prazo, não se sentem confiantes nem seguros. Era o que se esperava, muitos se calhar nunca mais voltam ao hábito do passado, e a realidade está à vista – muitos encerraram portas para sempre, outros desvincularam-se das sedes, outros estão na balança tremida, outros estão como se não existissem, calados, sem atividades e confortáveis com as contas. Nem notícias são enviadas aos sócios, parece mais uma gestão de família, isto é mesmo à portuguesa. Muitos com muita pouca qualidade na forma de gerir um clube, desculpem a minha opinião, mas nem vale a pena usar nomes, está à vista. Rompem-se esquinas a criticar, mas na frente ninguém diz as verdades, há muita boa gente a criticar, mas como fica mal dizer as coisas essas mesmas pessoas falam para dentro e o mais engraçado é que quando se encontram é só abraços e beijinhos. Eu como sempre andei de cabeça bem levantada não faço parte e nem concordo falar nas costas das pessoas. Todos sabem que se atravessa uma fase muito crítica para todos, mas há formas de contactar e até de se organizar eventos, mas para isso há que haver vontade de trabalhar. Assim vai a vida de alguns dos clubes. Não podemos deixar de ajudar dentro das possibilidades de cada um, os clubes não têm culpa da falta de capacidade de algumas gerências.

Mas nem tudo é negativo. Temos clubes na comunidade que sempre estiveram ativos, mesmo na fase mais crítica, sempre deram informação e enviavam correspondência a informar os sócios e, até a pedirem sugestões, enviavam informações sobre as contas… isso é boa comunicação e saber gerir, procurar o melhor para o clube e não para os diretores. Foram muitos, com muito profissionalismo, que deram a cara a publicar as dificuldades e assumir que era impossível continuar com sedes abertas, isto chama-se saber estar. Era nesta altura que alguns podiam fazer união, passava a haver mais massa crítica e mais voluntariado disponível. Neste campo o futuro não traz boas notícias, vai ser cada vez mais difícil conseguir-se pessoas com disponibilidade para ajudar, uns porque a idade já não permite, outros porque a pandemia ensinou-os e levou-os para uma vida diferente que agora não trocam. É em alturas de dificuldades que se fazem bons projetos para melhorias, mas isto é a minha opinião. Que valor tem haver um símbolo e nada fazer pela região, ou pouco fazer? Então será melhor unidos e distribuir tarefas por regiões, mas em grupo. Nada acaba e a força é maior, mas como já disse no passado, muitos perdem os títulos e aí mais vale nada fazer e continuar com os títulos, porque para muitos é uma grande coisa.
Mas também há os que continuam a projetar em grande e nunca pararam de trabalhar, sempre atentos a tudo e a novidades e sempre na defesa das regiões que representam. Como sabem existe um clube na comunidade que representa todas ou quase todas as regiões do país. Um excelente grupo a trabalhar em prol da defesa das tradições e com informação aos sócios sempre atualizada. Chama-se a isto gerir um clube com qualidade. Todos em geral merecem os parabéns pelo feito, uns mais pela negativa outros pela positiva, pode-se ver que pela positiva, durante a pandemia, destacam-se os que têm mais massa crítica, representam uma região em massa e não uma vila, cidade, ou até distrito. Hoje tem que ser em grande, estes são os que se destacam e está provado, merecem mais respeito e até mais ajudas porque mostram trabalho, que continuem a pensar positivo quanto mais fortes mais ajudas conseguem.
Não perdi muito tempo, mas sempre atento ao que se passava em termos associativos, admirei muitos e passei a conhecer melhor outros e, na realidade, nada me surpreendeu, basta sentir a aragem que logo se vê a carruagem, já que sempre habituaram a comunidade com grandes projetos. Mais um em grande que acabaram de apresentar, foi o último projeto lançado pelo PCCM – muitos parabéns pela coragem na organização para conseguir entrar no Guinness World Records com o maior número de pares a dançar o vira do Minho. Estou convicto que conseguem concretizar este projeto, muitos parabéns e é assim que se trabalha em grupo e com qualidade. Espero que a comunidade responda e adira a esta iniciativa. O clube merece pelo trabalho até hoje apresentado.
Parece que a pandemia vai continuar a mandar, por isso mais vale acordar.
Bom fim de semana.
Augusto Bandeira/MS
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