Augusto Bandeira

A mentira tem perna curta

Mais uma vez populismo que pode gerar uma crise de confiança política

 

 

Isto quando aquece e para alguns corre menos bem, as coisas tendem a ferver em pouca água, também a falta da própria confiança gera irritações nos próprios e dizem-se coisas para chamar atenção. Atualmente, as pessoas querem ser poder à força e esquecem-se que o povo é que escolheu. A forma como certos políticos fazem política e aparecem em público deixa a desejar, Portugal merece mais respeito, sempre, mas nesta altura é muito importante. E isto porquê?

Recentemente, o partido Chega gerou uma grande polémica ao afirmar publicamente que teve um encontro com o primeiro-ministro, alegadamente a pedido deste, para negociar o Orçamento de Estado. A forma como a declaração veio a público provocou uma rápida reação de outros partidos e membros do Governo, e como se diz em bom português, “quem não se sente não é gente”, por isso que tanto Luís Montenegro, primeiro-ministro, como ministros próximos ao Governo, prontamente negaram qualquer reunião com tal propósito. Em alguns canais o Chega continuava com a sua tese e dizia e afirmava, nem sempre as respostas tinham e faziam o mesmo sentido de canal para canal, criando uma verdadeira guerra de versões entre as lideranças políticas. Pior que tudo foi a persistência do Chega em reafirmar o encontro, e o silêncio do primeiro-ministro. Na fase inicial, levantaram-se questões sobre quem estaria a faltar com a verdade. O que se sabe é que, independentemente da importância do alegado encontro, trazer a público disputas privadas entre líderes políticos mina a confiança pública nas instituições. Como a maioria sabe, a política é, por natureza, um ambiente de negociação e entendimento, onde muitas discussões devem ser mantidas em esferas reservadas para garantir a construção de soluções que sirvam a todos, quando essas conversas se tornam públicas, e muitas vezes com ares de acusação, não é apenas um ato de populismo, mas também uma demonstração de falta de maturidade política.

Na minha modesta opinião sobre este assunto, a pergunta que fica é, afinal, quem está a mentir? Em situações como esta, seria fundamental que ambas as partes adotassem uma postura de clareza. O Chega deveria apresentar provas mais concretas sobre a sua alegação ou moderar o discurso, evitava conflitos e azedume entre líderes, numa altura em que deve haver estabilidade. O país não precisa de conflitos nesta altura, mas o Governo, por sua vez, deveria emitir um esclarecimento formal, dissipando qualquer dúvida.

Independentemente do que aconteceu, porque nunca se vai saber a certeza se houve ou não o tal encontro, que sirva de lição porque, em última análise, a verdade acaba sempre por vir à tona. Quem mente na política perde a confiança do povo, e como diz o velho ditado, a mentira tem perna curta. Transparência e responsabilidade são fundamentais para evitar crises desnecessárias de confiança.
Bom fim de semana.

Augusto Bandeira/MS

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