A guerra dos títulos

Na primária, havia amuos do tipo: “ou sou eu o líder ou não participo nas atividades”.
Meus caros amigos leitores e pessoas de bem, parece que no último artigo de opinião não consegui aliviar totalmente o stress. Por isso, decidi dar continuidade ao mesmo assunto, mas com um formato diferente para refletir sobre a atualidade da nossa comunidade.
Começo com uma pergunta: porque é importante a envolvência de todos? A participação ativa é fundamental, dentro das possibilidades de cada um. Mais vale fazer pouco, mas com qualidade, do que fazer muito sem qualquer benefício real. É essencial divulgar a cultura e atrair as pessoas para eventos de valor, mas infelizmente isso nem sempre está a acontecer. Uns fazem de tudo para sobreviver, outros apoiam apenas para se promover. Pergunto-me muitas vezes: por que razão tantos se abstêm de participar?
Cheguei à conclusão de que a cultura, hoje em dia, vive uma decadência preocupante. Não se pode chamar “evento cultural” a uma festa organizada apenas para ganhar uns trocos. E o pior é que há quem se julgue dono de tudo o que se organiza na comunidade e boicote iniciativas de qualidade… só porque não estão envolvidos na organização. A que ponto isto chegou!
Esse tipo de pessoas não merece qualquer reconhecimento. São os tais “defensores da cultura” que, na verdade, pouco ou nada têm de cultura, apenas procuram protagonismo.
Agora pergunto: faz sentido continuar a trabalhar na divulgação e promoção da nossa cultura no Canadá?
Claro que faz! Mas é preciso afastar os medíocres e oportunistas. O tempo de pensar que alguém é insubstituível acabou. Há pessoas novas e capazes, prontas para dar continuidade com novas ideias. É preciso saber ouvir, apoiar, e não dar maus exemplos como dizer “ninguém apoia” ou “quem manda sou eu”. Sim, foi mais ou menos isso que aconteceu, e atitudes assim destroem os valores da comunidade.
Tragam inovação. Cativem a juventude. Escutem o que têm para dizer. Adaptem-se. Fazer “festinhas para viver” não vale a pena. Não se trata de quantidade, mas sim de qualidade. E devemos respeitar os empresários da restauração, festas que servem apenas para garantir o sustento acabam por prejudicar o comércio local.
Quando líderes boicotam eventos culturais em vez de os apoiar, algo está errado. Em vez de incentivar, irritam-se porque não controlam tudo. Isso mostra uma dependência nociva e um culto de personalidade que não faz bem à comunidade. Quem quer estar em tudo só para se promover revela que o fim do ciclo está próximo.
Tenho texto para horas sobre isto, mas deixo aqui o essencial: esta frustração vem de situações reais. Fui ofendido publicamente e, pela segunda vez, atacado por quem menos esperava. E não perguntem porquê, ficariam sem palavras, mas aviso: esses avisos já tinham sido dados. Agora que tudo aconteceu, vê-se quem são os verdadeiros “cultos”, que, na realidade, são pessoas sem cultura, envolvidas num ambiente de inveja. E todos sabemos: nunca um invejoso medrou, nem quem ao pé dele morou.
A inveja é a pior das doenças. E qual a cura? Conhecê-los bem. Eu, por mim, continuarei a trabalhar com qualidade. Aprendi muito na chamada “faculdade da vida”. Perdoo os pobres de espírito. As avaliações recentes falam por si.
Na vida associativa, perdeu-se um amigo. Na vida profissional, continuo a pensar da mesma forma. Na vida pessoal, amigos sempre, mas com confiança reduzida.
Para a próxima, pensem antes de ofender. E deixem trabalhar. Como veem, não tenho papas na língua nem ando à procura da fama.
Bom fim de semana!
Augusto Bandeira/MS
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