Amélie Bonsart

Os cancelamentos das festividades de natal e passagem de ano

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Foto: Amelie Bonsart

Desde o passado mês de novembro que o recolher obrigatório e as restrições ao fim de semana levaram a muitos cancelamentos por parte das empresas de catering. Já não são apenas os eventos municipais, que um após outro vão sendo cancelados, deixando-nos com menos festejos do que aqueles que estamos habituados e que nos enchem ruas e praças de alegria natalícia e espírito familiar.

Assim, este ano, temos menos programação de Natal, tanto ao nível empresarial como ao nível municipal. Era realmente o que faltava após tantos meses de sacrifício que parece não ter dado em nada.

Várias autarquias estão a suspender eventos de Natal e de passagem de ano. Por exemplo, no Porto, não haverá fogo de artifício no novo ano e em Lisboa, não haverá concerto no Terreiro do Paço.

A maior parte está a tentar adaptar as atividades ao universo das redes sociais e os municípios que ainda estão a decidir o que fazer. Neste futuro muito próximo, há apenas a certeza em como será um Natal e uma passagem de ano muito diferentes daquilo a que estamos habituados. Adaptados às regras da pandemia, não há como fugir. Serão assim os próximos eventos familiares.

Na ilha da Madeira, salva-se o conceituado fogo de artifício da passagem de ano e iluminações de Natal. Mas enquanto a autarquia se defende em comunicar que a autoridade de saúde não autoriza eventos de Natal, há nas empresas o pânico generalizado, daqueles que são normalmente organizadores de eventos em Portugal.

Com as medidas decretadas pelo Governo e alargando o recolher obrigatório e o confinamento aos fins de semana, segundo avança a Fixando, uma plataforma nacional de contratação de serviços para este fim, é anunciada a quebra de quase 70% face ao ano de 2019. São, portanto, cerca de 700 mil euros em vendas não realizadas, no período do Natal.

Na maior parte, os eventos foram cancelados e relativamente ao setor privado, a Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos – APECATE – já havia referido, que o país entrará em situação de calamidade. Os membros desta associação viram 80% dos eventos de Natal cancelados. O que é uma diferença estrondosa em relação ao ano anterior. Em resposta escrita, a associação declara: “As festas de Natal presenciais foram, na sua maioria, canceladas, passando algumas delas para formato online e outras para ações diferentes, como, por exemplo, ações de charme em que entregamos em casa dos colaboradores uma oferta de Natal. A indicação que temos é que a maioria das autarquias está a cancelar, ou já cancelou, as suas iniciativas de Natal, ficando só por ações que não implicam a participação direta de público”.

A estas informações a associação acrescenta, que “os grandes eventos de fim de ano, normalmente promovidos pelas autarquias estão na sua maioria, ou mesmo na sua totalidade cancelados” e que também “as provas de desporto, associadas à passagem de ano, estão canceladas”, como as corridas de São Silvestre.

A preocupação é real, e o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, Pedro Costa Ferreira, acrescenta: “O setor está completamente paralisado.”

Temos, portanto, uma morte, não lenta, mas drástica de um setor que até ao presente não tem apresentado muitas dificuldades. As perspetivas deste responsável não são de todo animadoras, referindo uma quebra de atividade, que poderá representar um valor próximo dos 90%. Já há também o cancelamento de algumas poucas que tinham sido feitas. Pedro Costa Ferreira refere: “Será o pior fim de ano de que tenho memória. Estou a referir-me a reservas de lazer, sejam de viagens para estrangeiro ou mesmo estadias em Portugal, no ano novo. Não tenho boas previsões, neste momento estamos em modo de sobrevivência. Estamos em diálogo com o governo para obtenção de apoios para sobreviver”.

Nós, população em geral, vemo-nos de mãos e pés atados, sem nada poder ajudar e sem nada poder usufruir, desta época tão especial, da qual muitas famílias aguardam, para estar com os seus.

Restar-nos-á a vacina, dizem. Pois desta forma, confinados, com o país parado, estamos a entrar em bancarrota, ao nível do setor privado, do público, mas também do familiar. E amontoam-se os problemas ao nível da saúde mental, que se estão a tornar gravíssimos.

A ver vamos…

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