Opinião

A emigração portuguesa para a Holanda

Os dados mais recentes sobre a emigração lusa revelam que a Holanda, um dos países mais desenvolvidos do mundo, situado no litoral da planície do Norte da Europa, tem-se tornado ao longo das últimas décadas um dos principais destinos dos emigrantes portugueses.

Segundo o Observatório da Emigração, a Holanda encerra o pódio das 10 nações para onde mais portugueses emigram na atualidade. Ainda que os mesmos representem apenas cerca de 1% da população estrangeira que reside no território, desde o início do séc. XXI que o número de portugueses emigrados no país conhecido pela sua liberdade e tolerância, tem aumentado gradualmente, passando de 9.509, em 2000, para 16.456, em 2015.

No ano passado, este fluxo migratório atingiu um novo recorde, com a entrada de 2.800 portugueses, que escolheram esta região dos Países Baixos para iniciar um novo projeto de vida no estrangeiro.

As razões dessa escolha não são certamente alheias ao facto da Holanda possuir um dos salários mínimos mais altos da Europa, atualmente 1.600 euros, duas vezes superior ao que se encontra estabelecido em Portugal. Assim como um sistema de educação, saúde e mobilidade que a tornam uma das nações com melhor qualidade de vida, como sustenta a sua constante presença nos rankings do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) das Nações Unidas

Outro dos principais motivos que podem ajudar a explicar que este território no noroeste da Europa se tenha tornado num dos principais destinos da emigração lusa encontra-se na sua moderna indústria tecnológica, cujas condições de trabalho, formação, progressão e remuneração exercem grande capacidade de atração sobre a mão-de-obra qualificada portuguesa.

Como no passado, com as devidas salvaguardas, quando milhares de judeus portugueses no século XVI emigraram para a Holanda, na sequência da expulsão ordenada por D. Manuel I, vicissitude histórica que contribuiu para que a mesma se tornasse a principal potência marítima e comercial no séc. XVII em detrimento dos reinos ibéricos, os portugueses na sua demanda hodierna por melhores condições de vida remanescem como um fator relevante no desenvolvimento socioeconómico da pátria holandesa.

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