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Receita do Twitter sofre queda abrupta de 40%. Musk já tem solução

Elon Musk annonce qu'il va quitter son poste à la tête de Twitter
(FILES) In this file photo taken on October 4, 2022, a phone screen displays a photo of Elon Musk with the Twitter logo shown in the background, in Washington, DC. – Elon Musk late Tuesday said he will resign as chief executive of Twitter once he finds a replacement, in apparent respect of a poll he himself launched that revealed users wanted him to step down.
“I will resign as CEO as soon as I find someone foolish enough to take the job!” Musk tweeted, saying he will then run software and server teams at Twitter. (Photo by OLIVIER DOULIERY / AFP)

 

Mais de 500 anunciantes deixaram de apostar em publicidade na rede social desde que Elon Musk comprou a empresa. Aumento do discurso de ódio afasta campanhas, mas magnata tem nova estratégia.

Elon Musk adquiriu o Twitter a 27 de outubro de 2022, mas os poucos meses de liderança estão longe de ser um mar de rosas. Depois de todas as polémicas relacionadas com a administração do multimilionário, um relatório da Platformer revelou, esta quarta-feira, que a receita diária da empresa caiu 40%.

A queda abrupta na faturação da empresa está diretamente ligada à perda de mais de 500 anunciantes que, desde que o dono da Tesla agarrou os comandos da rede social, deixaram de apostar em publicidade, o que representa uma enorme dor de cabeça para Musk. A difusão de campanhas publicitárias é a principal fonte de receita do Twitter, sendo que, em 2021, 90% dos lucros de 5,1 mil milhões de dólares (cerca de 4,1 mil milhões de euros) tiveram origem em anúncios.

As preocupações com o aumento do discurso de ódio na plataforma após a sua aquisição por um autodenominado “absolutista da liberdade de expressão” levaram os anunciantes a proceder a uma retirada em massa. Uma das decisões que suscitou mais críticas a Musk foi a reativação da conta de Donald Trump, ex-presidente dos EUA, depois de este ter sido expulso da comunidade devido ao alegado envolvimento no ataque ao Capitólio, em janeiro de 2021.

Marcas como a General Motors, a Audi, a Volkswagen ou a General Mills (Cheerios e Haagen-Dazs), por sua vez, decidiram interromper a publicidade paga devido ao surgimento de múltiplas contas falsas, que começaram a florescer após um relançamento mal sucedido na verificação dos utilizadores.

O relatório que dá conta da crise que se instalou no Twitter surgiu um dia após o “Financial Times” ter noticiado que a empresa tinha uma dívida de 13 mil milhões de dólares (cerca de 12 mil milhões de euros) que deveria ser liquidada até ao final deste mês, revelando ainda que Musk estava a considerar vender mais ações na Tesla para cobrir os custos e cumprir os prazos.

Nova estratégia

Em dezembro do ano passado, o magnata admitiu que o Twitter estava a enfrentar uma “situação de fluxo de caixa negativo”, porém, assegurou que a empresa deveria atingir um ponto de equilíbrio nas receitas após os esforços realizados internamente, que incluem a demissão de mais de cinco mil funcionários, colocando de lado a hipótese de falência.

Sob pressão para encontrar soluções que mantenham a sustentabilidade financeira da empresa, Elon Musk já terá encontrado uma alternativa para 2023. Segundo um conjunto de emails a que o jornal norte-americano “The Wall Street Journal” teve acesso na semana passada, o Twitter está a oferecer espaço publicitário gratuito, propondo-se a igualar, em até 250 mil dólares, o investimento dos anunciantes em campanhas publicitárias na rede social. Quem estiver interessado deverá apresentar as propostas com um valor total de 500 mil dólares até ao dia 28 de fevereiro.

Apesar da estratégia que está a adotar, o percurso de Musk no Twitter tem sido sinuoso. Em menos de três meses, o norte-americano tem estado mergulhado em polémicas e, a 20 de dezembro, deixou um ultimato que espelha a instabilidade do lugar que ocupa, ao anunciar que deixaria a posição de CEO assim que encontrasse “alguém louco o bastante para aceitar o cargo”.

“O pássaro está livre”

No dia em que anunciou a compra do Twitter, por 44 mil milhões de dólares, Musk partilhou um tweet no qual se podia ler: “O pássaro está livre”, escreveu, em referência ao logótipo da empresa. O magnata, que sempre levantou a bandeira da liberdade de expressão, colocando em causa a verificação da informação disseminada, foi alertado de imediato pela União Europeia (UE) de que a rede social teria de respeitar a nova regulamentação do bloco comunitário para o setor digital, que obriga as grandes plataformas a regular os conteúdos.

Onda de demissões

Poucos dias após assumir o cargo de CEO, o multimilionário iniciou uma onda de demissões que atingiu uma grande parte dos mais de sete mil trabalhadores com os quais a empresa contava em todo o Mundo. A decisão foi classificada como “necessária” porque “a empresa perde mais de quatro milhões de dólares por dia”, explicou Musk, que, ainda assim, não se livrou das críticas.

Trump de regresso

A 20 de novembro, o dono do Twitter lançou mais bomba. Musk anunciou a reposição da conta do ex-presidente dos Estados Unidos na rede social, depois de promover uma sondagem que se pronunciou a favor da decisão. “O povo falou. Trump será reintegrado. Vox Populi, Vox Dei [A voz do povo é a voz de Deus],” escreveu, mesmo depois do republicano ter sido acusado de usar a plataforma para incitar a invasão ao Capitólio.

Jornalistas suspensos

Um mês depois, a 15 de dezembro, a rede social suspendeu as contas de vários jornalistas que fizeram a cobertura do processo de negociação que levou à aquisição do Twitter pelo magnata. A UE ameaçou impor “sanções” e, após dois dias, a maior parte dessas contas foi reativada.

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