Rainha Camilla agradece a Gisèle Pelicot pela coragem na denúncia de abusos sexuais

Ativista contra a violência doméstica e sexual, a rainha Camilla fez questão de enviar uma carta de apoio à francesa Gisèle Pelicot que, drogada pelo marido, foi vítima de violações durante uma década. “Tremendamente afetada” pelo caso, a mulher de Carlos III agradeceu a “extraordinária dignidade e coragem”.
Durante 64 dias, o julgamento de Dominique Pelicot, que recebeu pena máxima pelo crime de violação agravada da mulher, Gisèle Pelicot, chocou o mundo, perante a coragem da francesa de sair do anonimato e expor os abusos cometidos por dezenas de homens. O caso mediático sensibilizou também a rainha Camilla, que escreveu à vítima, comprometida com o combate à violência contra a mulher.
Na quinta-feira (13), o Palácio de Buckingham confirmou o envio da carta, recusando-se a comentar o teor do texto. Segundo um membro da equipa da mulher de Carlos III, a britânica quis reconhecer a coragem de Gisèle Pelicot, por ficar “tremendamente abalada”, adiantou a revista “Newsweek”. “A rainha ficou muito impressionada com o caso da Madame Pelicot em França e com a extraordinária dignidade e coragem com que esta senhora se expôs aos olhos do público”, afirmou a mesma fonte do Palácio de Buckingham, que também confirmou a missiva à BBC.
Um dos advogados de Gisèle, Antoine Camus, atestou à AFP que sua cliente recebeu uma carta do Palácio de Buckingham, mas escusou-se a “fazer mais comentários sobre correspondência privada”. “Ela ficou surpreendida, emocionada e bastante orgulhosa de ver que conseguiu levar a sua luta até a família real britânica”, declarou ao jornal “Le Monde”.
A francesa de 72 anos recusou o julgamento à porta fechada, para que a “vergonha” mudasse de lado. À porta do tribunal, grupos de mulheres juntaram-se para aplaudir a sua força e oferecer flores. Dominique Pelicot, que não recorreu da sentença, foi condenado em dezembro a 20 anos de prisão, enquanto os outros 50 acusados, a maioria considerada culpada por violação, receberam penas entre três anos de prisão, dois dos quais em liberdade condicional, até 15 anos.
Pelicot também foi condenado por tirar imagens indecentes da sua filha e das noras, Aurore e Celine, depois de terem sido encontradas fotos delas no seu disco rígido. Caroline apresentou queixa contra o pai, por a drogar e violar.
JN/MS
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