Presidente sul-coreano destituído recusa mandado de detenção e refugia-se em casa
O presidente sul-coreano destituído continua na sua residência, prometendo lutar até ao fim contra as autoridades que tentam executar um mandado de detenção pela sua tentativa falhada de impor a lei marcial no país, declarou, esta quinta-feira (2), o seu advogado.
Yoon Suk-yeol, que está impedido de sair do país, encontra-se na sua residência oficial em Seul, confirmou o seu advogado à agência de notícias AFP. A sua equipa jurídica apresentou recurso contra o mandado de detenção, argumentando que é “ilegal e inválido”.
O chefe do Departamento de Investigação sobre a Corrupção de Altos Funcionários (CIO), Oh Dong-woon, alertou que qualquer pessoa que tentasse impedir a detenção de Yoon poderia ser processada. Um tribunal emitiu também mandados de busca na residência oficial de Yoon e noutros locais, disse um funcionário do órgão à AFP.
Entretanto, o serviço de segurança presidencial impediu até agora a entrada de investigadores, citando uma lei que proíbe revistas em locais que contenham segredos de Estado sem o consentimento do responsável.
O Gabinete de Investigação sobre a Corrupção de Altos Funcionários, que centraliza as investigações, pediu um mandado de detenção depois de o presidente deposto, que está sob investigação por “rebelião” – crime punível com a pena de morte -, ter ignorado três convocatórias consecutivas para ser interrogado.
Desde que o mandado de detenção foi emitido na terça-feira (31), os apoiantes e detratores de Yoon têm-se manifestado quase constantemente perto da sua residência, insultando-se uns aos outros, com alguns confrontos, apesar da presença da polícia.
Desde a tentativa de impor a lei marcial na Coreia do Sul, em 3 de dezembro, Yoon não demonstrou qualquer arrependimento e a sua recusa sistemática em submeter-se às perguntas dos investigadores levantou receios de que uma tentativa de detenção pudesse terminar em violência, agravando a já difícil situação do caso.
É a primeira vez na história da Coreia do Sul que um presidente em exercício é alvo de uma ação judicial do género. Yoon Suk-yeol continua a ser oficialmente o presidente, enquanto aguarda a decisão do Tribunal Constitucional sobre a sua destituição, adotada em 14 de dezembro pela Assembleia Nacional. Atualmente, está suspenso do cargo e espera-se que o tribunal confirme ou rejeite a destituição até meados de junho.
JN/MS
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