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Papa beija a tatuagem de uma sobrevivente do Holocausto

Vaticano

O Papa Francisco, que retomou há duas semanas as suas tradicionais audiências com o público, beijou esta quarta-feira a tatuagem de uma sobrevivente do Holocausto, que escapou às experiências do doutor Josef Mengele.

No final da audiência geral, realizada ao ar livre num pátio do Palácio Apostólico, Lidia Maksymowicz, uma polaca de origem bielorrussa, sobrevivente do campo de Auschwitz-Birkenau, para onde foi deportada com menos de três anos, em 1943, arregaçou as mangas para permitir a Francisco beijar a sua tatuagem, o número 70072.

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The Vatican Media shows Pope Francis (R) kissing the concentration camp’s inmate tattoo of Lidia Maksymowicsz (L), a Polish-Belarusian Holocaust survivor of the Auschwitz-Birkenau camp, during the Pope’s weekly general audience at San Damaso courtyard in the Vatican. (Photo by Handout / VATICAN MEDIA / AFP)

Comovida, a sobrevivente que se tornou católica, abraçou depois o Papa, antes de lhe dar presentes, incluindo uma bandana que todos os prisioneiros polacos utilizam em cerimónias comemorativas e um quadro de uma criança que dá a mão à mãe após terem desembarcado de um comboio à entrada daquele campo de concentração, onde Francisco esteve em 2016.

“Entendemo-nos com os olhos, não precisámos de falar”, confidenciou Lidia Maksymowicz ao ‘site’ oficial de informação do Vaticano, após o encontro com o Papa.

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Lidia Maksymowicz e Papa Francisco. (Photo by Handout / VATICAN MEDIA / AFP)

Segundo o Vaticano, Francisco ter-lhe-á dito que vinha “agradecer o seu testemunho e homenagear o povo martirizado pela loucura do populismo nazi”. Em depoimentos dados como testemunha, Lidia contou ter vivido no bloco imundo das crianças do campo de concentração, onde foi alvo das experiências médicas de Mengele, conhecido como o “anjo da morte”, como a inoculação de vírus, vacinas e venenos.

“Todas as crianças sabiam quem era Mengele e tinham pavor dele. Considero que tenho a missão de contar esta história, devo-o a quem morreu”, disse em janeiro, durante um encontro virtual com centenas de jovens italianos. “Faço parte das raras sobreviventes. Mais de 200 mil crianças morreram lá”, contou, recordando que a sua mãe, de 22 anos, tentava fazer-lhe chegar pedaços de pão.

Adotada e salva por uma família polaca, Lidia encontrou a sua mãe biológica em Moscovo em 1962 graças às suas tatuagens iguais. Recebida com pompa no Kremlin, esteve dois meses na capital russa antes de voltar para a Polónia e para a sua família adotiva.

Aos 81 anos, Lidia vive em Cracóvia e encontra-se em Itália para a apresentação do documentário que conta a sua vida, intitulado “70072, a rapariga que não sabia odiar”, um projeto da associação Memória Viva.

JN/MS

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