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Organizações denunciam assassínio de mais de 100 jornalistas e pedem à UE que rompa com Israel

As organizações denunciam “os abusos generalizados e sistemáticos” aos jornalistas. Foto: Mahmud Hams / AFP

Sessenta organizações de jornalistas e de defesa dos direitos humanos pediram esta segunda-feira aos líderes europeus que rompam o acordo de associação UE-Israel e exigiram medidas de clarificação das responsabilidades pelo assassínio de mais de uma centena de repórteres.

Segundo a Federação dos Sindicatos de Jornalistas de Espanha (FeSP), as organizações uniram-se para enviar hoje uma carta ao Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, na qual solicitam medidas “contra os assassínios sem precedentes de jornalistas pelas autoridades israelitas e outras violações da liberdade dos meios de comunicação”.

Na missiva, as entidades pedem à UE que suspenda o Acordo de Associação que mantém desde 2000 com Israel porque, segundo argumentam, Telavive “violou os direitos humanos e o direito penal internacional”.

Como tal, exigem punição aos responsáveis “pelos crimes de guerra cometidos por Israel e pelas repetidas violações do direito internacional”.

Na carta, escrita por iniciativa do Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), as organizações denunciam “os abusos generalizados e sistemáticos” que, sublinham, têm sido cometidos pelas “autoridades israelitas em Gaza, na Cisjordânia, em Israel e noutros lugares”.

No documento, enviado também ao vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Valdis Dombrovsky, e aos Ministérios dos Negócios Estrangeiros de todos os Estados-membros da UE, alertam que o Governo israelita tomou “medidas sem precedentes para restringir a liberdade dos meios de comunicação, que têm conduzido, na prática, ao estabelecimento de um regime de censura”.

As organizações apelam ao levantamento do bloqueio à entrada de jornalistas internacionais, israelitas e palestinianos em Gaza, à revogação da legislação que permite o encerramento dos meios de comunicação estrangeiros, à libertação de jornalistas palestinianos em detenção administrativa ou detidos sem acusação e à proteção da vida dos profissionais da informação.

Entre as instituições signatárias da carta estão sindicatos de jornalistas e outras organizações de diferentes países europeus, assim como o Comité para a Proteção dos Jornalistas e a Federação Europeia de Jornalistas (FEP).

Estão também incluídos o Instituto Internacional de Imprensa (IPI), os Repórteres Sem Fronteiras (RSF), o Centro Europeu para a Liberdade de Imprensa e dos Meios de Comunicação Social (ECPMF), a Human Rights Watch (HRW), a Federação Internacional para os Direitos Humanos (FIDH) e sindicatos de jornalistas de países da UE.

Jornalistas portugueses juntam-se ao pedido

O Sindicato dos Jornalistas português também se associou ao pedido pelo fim do acordo de associação entre a UE e Israel. Em comunicado, o Sindicato dos Jornalistas adianta que assinou a carta e que a enviou ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, liderado por Paulo Rangel.

“A carta foi assinada por 60 associações sindicais e organizações europeias de jornalistas, onde se incluem países como Espanha, Luxemburgo, França, Finlândia, Bélgica, Dinamarca, Croácia, Alemanha e Portugal”, refere o organismo português.

JN/MS

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