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ONU exige a talibãs que ponham fim a ataques em cidades

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United Nations Assistance Mission in Afghanistan (UNAMA) head Deborah Lyons attends a Joint Coordination and Monitoring Board meeting (JCMB) at the Afghan presidential palace in Kabul on July 28, 2021. (Photo by SAJJAD HUSSAIN / AFP)

A enviada da ONU para o Afeganistão, Deborah Lyons, exigiu aos talibãs que ponham fim aos seus ataques a cidades e pediu aos membros do Conselho de Segurança que emitam uma mensagem “sem ambiguidades” nesse sentido.

Num discurso por videoconferência perante o Conselho de Segurança, Deborah ​​​​​​​Lyons defendeu a necessidade de agir para evitar que o Afeganistão se transforme numa “catástrofe” com “poucos ou nenhum equivalente neste século”.

“Creio que o Conselho de Segurança e a comunidade internacional, de forma mais geral, podem ajudar a evitar os piores cenários, mas isso exigirá atuar com unidade e atuar rapidamente”, sublinhou a diplomata.

Lyond explicou que a ofensiva lançada pelos talibãs contra várias capitais provinciais está a criar “um novo tipo de guerra”, que faz lembrar o que se passou na Síria ou em Sarajevo.

“Atacar áreas urbanas é causar, conscientemente, enormes danos e baixas civis maciças. Apesar disso, a ameaça sobre grandes áreas urbanas parece ser uma decisão estratégica dos talibãs, que aceitaram o massacre que se seguirá”, sustentou.

Como exemplo mais dramático, destacou a situação na cidade meridional de Lashkargah, sitiada pelos talibãs e onde o governo lançou uma contraofensiva esta semana.

Segundo Lyons, desde 28 de julho, pelo menos 104 civis foram assassinados e 403 ficaram feridos, na maioria em consequência de ataques terrestres e aéreos, com elevadas baixas também noutras cidades do país que são palco de combates.

A enviada da ONU para o Afeganistão denunciou igualmente a ocorrência de abusos dos direitos humanos em zonas sob controlo talibã, com execuções, restrições aos meios de comunicação e uma grande preocupação entre as mulheres com as consequências que poderá ter o regresso do regime que os talibãs impuseram durante anos.

A representante das Nações Unidas lamentou o bloqueio das negociações entre os rebeldes talibãs e o governo afegão e questionou a vontade dos talibãs de fazer verdadeiros progressos.

“Hoje, centrei-me na guerra contra as cidades, porque uma parte que estivesse realmente empenhada numa solução negociada não arriscaria tanta destruição de infraestruturas. (…) Também não arriscaria tantas baixas civis, porque entenderia que o processo de reconciliação será tanto mais difícil quanto mais sangue for derramado”, declarou.

Apesar disso, Lyons defendeu que as reuniões agendadas para a próxima semana em Doha oferecem uma oportunidade para pôr fim ao conflito e pediu às potências do Conselho que façam todos os possíveis para que elas tenham êxito.

Nesse sentido, instou a que se considere a hipótese de dotar as Nações Unidas de um mandato que lhe permita mediar as conversações e que os membros permanentes do Conselho de Segurança (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França) proponham, cada um, um especialista para participar nos esforços de mediação.

Os talibãs lançaram no início de maio uma ofensiva de grande envergadura contra as forças afegãs, graças à retirada definitiva – agora, quase concluída – dos 10 mil soldados da NATO, dos quais 2500 norte-americanos, do Afeganistão.

Em três meses, os talibãs tomaram vastas zonas essencialmente rurais do país, perante forças governamentais que até agora ofereceram pouca resistência e já só controlam as capitais provinciais e a maioria das principais estradas.

JN

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