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O funeral do Papa Francisco

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Foto: Vaticano News

Milhares de pessoas, católicos, crentes de outras religiões e não crentes, juntaram-se nas bermas das ruas de Roma para aplaudir, fotografar e filmar o cortejo fúnebre final do Papa Francisco, um “homem de todos”.

Entre os silêncios, as lágrimas e as palmas, construiu-se a emoção da despedida ao Papa Francisco. Numa manhã que começou cedo, quando uma pequena neblina cobria ainda a cúpula da Basílica de São Pedro, a praça com o mesmo nome começou a encher com católicos que queriam estar nas primeiras linhas da cerimónia. Primeiro só se ouvia o ruído habitual de qualquer multidão, mais tarde temperado pelo som de música sacra. Cerca de mais de 250.000 pessoas acompanharam o funeral no cidade do Vaticano.

O caixão foi transportado num papamóvel especialmente adaptado para esta cerimónia, o mesmo veículo utilizado por Francisco durante uma das suas viagens apostólicas, que encabeçou o cortejo fúnebre pelas ruas de Roma à basílica.

O percurso entre o Vaticano e a Basílica de Santa Maria Maior demorou cerca de meia hora a cumprir e levou o corpo de Francisco a passar por locais como a Praça Veneza, os Fóruns Imperiais e o Coliseu.

Foto: Vaticano News

Os presidentes dos EUA, França, Itália, Brasil, Argentina e Portugal, assim como os reis de Espanha, são alguns dos chefes de Estado estavam presentes na praça de São Pedro a assistir ao funeral do Papa Francisco.

Pobres recebem Francisco à chegada ao local onde será sepultado

O caixão com o corpo do Papa Francisco está na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, onde ficará sepultado, tendo sido acolhido nas escadarias do templo por um grupo de pessoas necessitadas.

Basílica em que o corpo do papa permanecerá para sempre, oferece tour virtual em seu interior, clique aqui.

Segundo informação da sala de imprensa do Vaticano, o grupo era constituído por cerca de 40 pessoas pobres e necessitadas, migrantes, presos e transgénero.

O secretário da Comissão para as Migrações da CEI (Conferência Episcopal Italiana), em declarações anteriores citadas pela agência Ecclesia, referiu que cada pessoa levaria uma rosa branca e destacou que o grupo integrava reclusos da Prisão de Rebibbia, onde o Papa Francisco abriu uma Porta Santa do Ano Santo 2025.

“Os pobres têm um lugar privilegiado no coração de Deus, bem como no coração e no ensinamento do Santo Padre, que escolheu o nome Francisco para nunca os esquecer”, segundo uma nota do Vaticano justificando a ação de hoje.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje o próximo conclave vai escolher entre “um Papa de transição” ou um líder da Igreja Católica “tão inovador e tão de rutura” como foi Francisco.

“[Ou] é um Papa de transição, que aconteceu com João Paulo II e depois Bento XVI, ou é um Papa tão inovador e tão de rutura como Francisco. Normalmente não há dois seguintes a ser, mas pode ser que sim”, afirmou o chefe de Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa falava à Lusa e à RTP em Roma, depois de marcar presença no funeral do Papa Francisco, que decorreu na Praça de São Pedro, no Vaticano.

A sua trajetória como Papa

A Igreja “é uma casa para todos”: Francisco foi um “Papa do povo, com o coração aberto” O Papa Francisco foi “um Papa do povo, com o coração aberto”, que se empenhou numa Igreja Católica mais compassiva, disse o Cardeal Giovanni Battista Re, na homilia.

Foto: Vaticano News

“Estabeleceu um contacto direto com as pessoas e com os povos, desejoso de estar próximo de todos, com uma atenção especial aos que se encontravam em dificuldade, entregando-se sem medida, sobretudo aos marginalizados, aos últimos de entre nós. Foi um Papa do povo, com um coração aberto a todos”, disse.

Foto: Ctto Vatican News

Os esforços do Papa Francisco para ajudar os refugiados, os migrantes e os pobres foram “incontáveis”, afirmou ainda o cardial. “Os seus gestos e exortações a favor dos refugiados e das pessoas deslocadas são incontáveis”, disse Battista Re perante milhares de convidados, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com quem Francisco entrou em conflito sobre o tratamento dos migrantes.

Francisco, que se recusou a julgar católicos gays ou divorciados, acreditava que a Igreja “é uma casa para todos”, acrescentou o cardeal italiano, recebendo grandes aplausos, um sinal de que os crentes querem que a Igreja continue o trabalho do pontífice argentino.

A sua motivação era “a convicção de que a Igreja é uma casa para todos, uma casa com as portas sempre abertas… uma Igreja capaz de se inclinar para todas as pessoas, independentemente das suas crenças ou condições, e curar as suas feridas”, afirmou.

JN/MS

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