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Jornalista afegão morto a tiro após ameaças dos talibãs

Relatives carry a coffin with the body of Nemat Rawan, a popular Tolo News talkshow host after he was shot dead by gunmen, in Kandahar Provicne on May 6, 2021. – A high-profile Afghan television journalist was shot dead in southern Kandahar city on May 6, officials said, a day after the Taliban warned against “biased reporting” by the media. (Photo by JAVED TANVEER / AFP)

Um conhecido jornalista afegão foi assassinado, esta quinta-feira, em Kandahar, um dia depois de os talibãs terem feito uma ameaça aos meios de comunicação social. É o nono repórter a ser morto no país no último ano.

O jornalista Nemat Rawan foi até ao mês passado o apresentador de um popular “talk show” na Tolo News, a maior estação privada de notícias do país, antes de ter ingressado no gabinete de comunicação do Ministério das Finanças.

“Foi assassinado por atiradores desconhecidos”, disse o porta-voz da polícia de Kandahar, Jamal Nasir Barekzai, referindo-se àquele que foi o nono profissional de informação a perder a vida num atentado no Afeganistão, no último ano.

“É comovente saber que meu amigo e ex-colega Nemat Rawan foi morto a tiro, hoje em Kandahar”, escreveu na sua conta da rede social Twitter Lotfullah Najafizada, diretora da Tolo News.

O ataque não foi reivindicado, mas as autoridades culpam os talibãs pelas sucessivas mortes de jornalistas nos últimos meses.

Na quarta-feira, um porta-voz dos talibãs avisou os jornalistas de que, se fizessem uma “cobertura tendenciosa” da atualidade, seriam “responsabilizados”.

Abdullah Abdullah, presidente do Conselho Superior para a Reconciliação Nacional, condenou a ameaça feita pelos rebeldes talibãs, bem como “qualquer tentativa de silenciar jornalistas afegãos”.

Os assassínios de jornalistas, juízes, médicos, figuras políticas e religiosas e defensores dos direitos humanos aumentaram substancialmente nos últimos meses, semeando o terror no país.

A vaga de ataques coincidiu com o arranque, em setembro, em Doha, das negociações de paz entre os talibãs e o Governo afegão, destinadas a pôr fim a duas décadas de guerra.

As negociações estão agora suspensas e os Estados Unidos anunciaram em abril a retirada total dos 2500 soldados norte-americanos ainda no Afeganistão até 11 de setembro, 20.º aniversário dos ataques terroristas de 2001.

De acordo com uma organização não governamental que monitoriza a liberdade de imprensa no Afeganistão, pelo menos 130 casos de violência contra jornalistas foram registados em 2020.

O Afeganistão é o 122.º entre 180 países no “ranking” mundial de liberdade de imprensa de 2021, compilado pela organização Repórteres Sem Fronteiras.

JN

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