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Cessar-fogo não é opção para Israel e Hamas reforça ataques

Cessar-fogo não é opção para Israel e Hamas reforça ataques
People gather amidst the rubble in front of Al-Sharouk tower that collapses after being hit by an Israeli air strike, in Gaza City, on May 12, 2021. – An Israeli air strike destroyed a multi-storey building in Gaza City today, AFP reporters said, as the Jewish state continued its heavy bombardment of the Palestinian enclave. (Photo by Mohammed ABED / AFP)

Confrontos em Jerusalém já fizeram cerca de 60 mortos. Netanyahu avisa que isto é “apenas o início”.

A cada dia que nasce, uma nova ronda de ataques é preparada por Israel e pelos grupos armados palestinianos na Faixa de Gaza para medir forças no que já é o maior conflito entre as duas partes desde a guerra de 2014. Com quase 60 mortes em apenas três dias, incluindo 14 crianças, e com algumas cidades do Estado hebreu em ebulição com protestos violentos, os receios de uma “guerra em grande escala” continuam a crescer.

A fogueira só precisava de combustível e os confrontos de segunda-feira na cidade sagrada de Jerusalém, aliados à ameaça de expulsão de civis palestinianos de Jerusalém Oriental em benefício dos colonos israelitas, foram o cenário perfeito para a escalada militar. O grupo armado palestiniano Hamas lançou, na terça-feira, centenas de “rockets” contra Telavive, Dimona e Lod – cidade árabe israelita onde foi decretado o estado de emergência após distúrbios noturnos e que agora está sob recolher obrigatório – e ameaçou atacar “novos alvos”.

Já os militares israelitas, que reforçaram a presença na fronteira com Gaza, realizaram centenas de ataques aéreos e reclamaram a morte de quatro comandantes do Hamas e de uma dezena de militantes do grupo armado.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, garantiu que vai continuar a intensificar a força dos ataques. “Disse, ontem [terça-feira], que essas pessoas das trevas, esses terroristas do Hamas e da Jihad Islâmica têm sangue nas mãos. Assassinámos comandantes no quartel-general do Hamas, incluindo o comandante da Cidade de Gaza. Este é apenas o início. Vamos atingi-los com ataques com os quais eles nunca sonharam.”

Por seu lado, o ministro da Defesa, Benny Gantz, avisou que “Israel não está a preparar um cessar-fogo” e que não está prevista uma “data para o fim das operações militares”. “Não daremos ouvidos a sermões de moral contra o nosso dever de proteger os cidadãos de Israel.”

A medição de forças e o amontoar de mortos e feridos elevou a preocupação internacional, com apelos a ambas as partes para acabar com a violência.

O coordenador das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland, alertou para o perigo de um conflito de grande escala, afirmando que os “líderes de ambos os lados têm de assumir a responsabilidade”. “O custo da guerra em Gaza é devastador e está a ser pago por civis.”

Por sua vez, em vez de pôr água na fervura, a Alemanha reconheceu que Israel “tem o direito de se defender dos ataques” do Hamas e condenou “firmemente os persistentes ataques contra as cidades israelitas”.

Do lado dos Estados Unidos, um dos países que têm mostrado apoio a Israel ao longo dos últimos anos, o secretário de Estado, Antony Blinken, reiterou o pedido para o fim da violência, insistindo na “necessidade de israelitas e palestinianos poderem viver em segurança e proteção.” No entanto, reconheceu aos israelitas o direito de se defenderem.

Judeus querem proteção

O Conselho Central de Judeus da Alemanha pediu melhor proteção das instituições judaicas no país, depois de bandeiras israelitas terem sido queimadas diante de duas sinagogas em Bona e Munster, em ligação com os confrontos armados israelo-palestinianos. “Cresce a ameaça para a comunidade judaica. Esperamos solidariedade em relação a Israel e à comunidade judaica dos cidadãos alemães em particular”, adiantou o Conselho Central. “Israel e os judeus no seu conjunto estão sujeitos ao ódio e à incitação [ao ódio], nomeadamente, nas redes sociais”.

1200 “rockets” a partir da Faixa de Gaza
Cerca de 1200 “rockets” foram lançados a partir de Gaza desde o início dos confrontos, na segunda-feira. Pelo menos 200 caíram dentro do território de Gaza.

Vandalismo judaico
Dezenas de judeus de extrema-direita iniciaram, ontem, protestos violentos em duas cidades de Israel, atacando e vandalizando empresas de árabes.

Declaração travada
O Conselho de Segurança da ONU realizou nova reunião de urgência sobre o conflito israelo-palestiniano, sem conseguir, mais uma vez, acordar numa declaração devido à oposição dos Estados Unidos.

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