Espanha avança com projeto inédito na Europa para criar “baixa menstrual”

O Governo de esquerda espanhol apresentou esta terça-feira um projeto inédito na Europa que, se for aprovado, vai criar uma “baixa menstrual” para as mulheres a partir dos 16 anos que sofrem de fortes dores menstruais.
Irene Montero indicou há alguns dias que a nova licença, que teria de ser assinada pelo médico que tratava o doente, “não teria um limite de tempo”, enquanto que uma versão preliminar do projeto de lei a que os meios de comunicação social tinham tido acesso na semana passada se referia a uma licença de três dias que poderia ser prolongada para cinco dias em caso de sintomas agudos.
O projeto de lei aprovado em primeira-leitura, muito debatido no seio do executivo e dos sindicatos, terá ainda de receber o apoio do parlamento, onde o governo está em minoria, antes da sua entrada em vigor.
Se o executivo receber luz verde dos deputados, a Espanha será o primeiro país da Europa e um dos poucos no mundo a incorporar esta medida na sua legislação, seguindo o exemplo do Japão, Indonésia e Zâmbia, por exemplo.
Esta “licença menstrual” é uma das medidas-chave de um projeto de lei mais vasto que visa também aumentar o acesso ao aborto nos hospitais públicos, que realizam menos de 15% das interrupções de gravidez no país devido a uma objeção de consciência por parte dos médicos.
A futura lei também irá permitir que as menores façam abortos sem consentimento dos pais aos 16 e 17 anos, alterando uma disposição introduzido por um Governo de direita em 2015.
JN/MS
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