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Em quase 30 anos, perdeu-se um Reino Unido de gelo

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The frozen ice waters of the Dal Lake in Srinagar, the summer capital of Indian Kashmir, 15 January 2021. Kashmir is witnessing an intense cold wave with major parts of water bodies and water supply pipes freezing creating hardships for locals. EPA/FAROOQ KHAN

 

A Terra perdeu 28 triliões de toneladas de gelo em quase três décadas, o equivalente a uma camada de 100 metros de espessura a cobrir o Reino Unido, cumprindo os “piores cenários” científicos, indica um estudo elaborado por uma equipa de cientistas liderada pela Universidade de Leeds, em Inglaterra. O degelo foi desencadeado pelo aquecimento da atmosfera e dos oceanos em 0,26 graus e 0,12 graus por cada década.

Os investigadores efetuaram um levantamento da perda global de gelo utilizando dados de satélite e constataram que, nos últimos 30 anos, verificou-se uma redução significativa, com potenciais reflexos no aumento do nível do mar, que terá “impactos muito sérios nas comunidades costeiras neste século”.

O estudo, que envolveu outras instituições de investigação e que foi publicado na revista científica “The Cryosphere“, concluiu que se registou um aumento de 65% na taxa de perda de gelo durante os anos da pesquisa, verificando-se aumentos acentuados nas perdas dos mantos polares na Antártida e na Gronelândia.

MAR CONTINUA A SUBIR

“Embora todas as regiões que estudámos tenham perdido gelo, as perdas nas camadas da Antártida e da Gronelândia foram as que mais se aceleraram”, alertou Thomas Slater, investigador principal do estudo, ao assegurar que esta situação está a cumprir os “piores cenários de aquecimento climático” estabelecidos pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.

Segundo o cientista, nas últimas três décadas, tem havido um grande esforço internacional para entender a evolução do sistema de gelo da Terra, que tem sido impulsionado por satélites “que permitem monitorizar regularmente as vastas e inóspitas regiões onde o gelo pode ser encontrado”.

 

“Este estudo é o primeiro a combinar esses esforços, observando o gelo que está a ser perdido em todo o planeta”, assegurou Slater.

 

De acordo com a investigação, o aumento da temperatura atmosférica tem sido o principal fator para o declínio do gelo do Ártico e dos glaciares de montanhas em todo o Mundo, enquanto o aumento da temperatura do oceano acelerou o derretimento da camada de gelo da Antártida. A pesquisa conclui, ainda, que cerca de metade da perda de gelo detetada verificou-se em terra – em glaciares de montanha, na Gronelândia e na Antártida -, o que elevou o nível global do mar em 35 milímetros.

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Estima-se que, para cada centímetro de elevação do nível do mar, cerca de um milhão de pessoas correm o risco de serem deslocadas das zonas mais baixas e costeiras. Por outro lado, os cientistas alertam para o facto de este nível de degelo reduzir seriamente a capacidade do planeta para devolver a radiação solar à atmosfera.

Com o gelo a desaparecer, o mar e o solo passam a absorver cada vez mais calor, aumentando a temperatura global do planeta. Além disso, a água doce resultante do degelo está a causar danos praticamente irreparáveis em diversos ecossistemas no Ártico e na Antártida.

Desastres naturais matam 475 mil

Quase meio milhão de pessoas morreram em desastres naturais relacionados com as alterações climáticas nos últimos 20 anos, segundo a organização não-governamental GermanWatch.

No Índice de Risco Climático Global – que aponta 475 mil mortes causadas por mais de 11 mil fenómenos meteorológicos extremos – , Moçambique ocupa o primeiro lugar na lista dos países mais vulneráveis às alterações climáticas, após ter sido afetado por dois dos maiores ciclones que já se abateram sobre o país (Idai e Kenneth), que fizeram cerca de 700 mortos.

O Zimbabué, também afetado pelo Idai, ocupa o segundo lugar na lista de países com mais mortos e danos, estando o Maláui, igualmente vítima daquela tempestade tropical, em quinto lugar. As Bahamas (3.o) e o Japão (4.o) completam os cinco primeiros lugares do Índice.

JN/MS

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