Questionado na quinta-feira sobre o assunto durante uma conferência de imprensa, o presidente norte-americano pareceu reconhecer essa possibilidade.
“Não posso dizer com certeza se realmente havia uma lista de nomes. É possível, mas não sei. Não quer dizer que não tenha acontecido, que poderemos ter dito ‘Aqui estão os nomes de 12 pessoas que vão chegar, deixe-os entrar’. É bem possível”, reconheceu Biden.
O presidente confirmou mesmo que soldados do exército norte-americano por vezes “contactavam os seus homólogos militares dentro dos talibãs para lhes dizer, por exemplo ‘este autocarro está a chegar com tantas pessoas, ou com tal e tal grupo de pessoas a bordo'”.
Funcionários do Departamento de Estado norte-americano garantem que a ideia de “listas de nomes” entregues aos talibãs é falsa, mas mencionam a possibilidade de terem compartilhado informações sobre veículos, as suas matrículas ou a hora de chegada ao aeroporto – sem descartar categoricamente que alguns nomes possam ter sido fornecidos ocasionalmente.
“Nunca na história deste país teríamos pensado que o nosso próprio Governo pudesse dar nomes de americanos aos talibãs”, criticou hoje o líder dos republicanos na Câmara de Representantes, Kevin McCarthy, em declarações aos jornalistas.
McCarthy criticou o presidente democrata por não ter “criado as condições” para uma evacuação segura.
Outros congressistas acusam mesmo o Governo de ter entregue aos talibãs “listas de pessoas para serem mortas”, referindo-se a afegãos considerados em perigo de represálias por parte dos novos senhores de Cabul por terem trabalhado para os Estados Unidos.
Perante esta polémica, as autoridades norte-americanas tentaram hoje defender um processo de coordenação com os talibãs, para garantir a segurança no processo de evacuação desde Cabul.
“O que é muito importante agora é, no terreno, garantir que, quando as pessoas se aproximarem dos postos de controlo, os talibãs saibam quem está a chegar, que documentos devem ter”, de forma a garantir “que as pessoas entram no aeroporto o mais depressa possível”, explicou o vice-diretor de logística do Estado-Maior dos EUA, general Hank Taylor, numa conferência de Imprensa no Pentágono.
JN
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