O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, disse esta terça-feira que o Brasil é vítima de uma “campanha brutal de desinformação sobre a Amazónia”, intervindo na abertura do debate geral na 75.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).
“O agronegócio [do Brasil] continua pujante e, acima de tudo, possuindo e respeitando a melhor legislação ambiental do planeta. Mesmo assim, somos vítimas de uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazónia e o Pantanal”, afirmou Bolsonaro.
“A Amazónia brasileira é sabidamente riquíssima. Isso explica o apoio de instituições internacionais a essa campanha escorada em interesses escusos que se unem a associações brasileiras, aproveitadoras e impatrióticas, com o objetivo de prejudicar o Governo e o próprio Brasil”, acrescentou o chefe de Estado.
A declaração de Bolsonaro responde a uma série de críticas que o país sofre devido às queimadas e o avanço de ações de desflorestação em biomas importantes como a floresta amazónica e o Pantanal, que se acentuaram no seu mandato. Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a desflorestação da Amazónia, maior floresta tropical do mundo, aumentou 34% de agosto de 2019 a julho de 2020 em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Este número anual inclui estações de seca e de chuva e também diz respeito a um período em que a gestão ambiental já estava totalmente a cargo do Governo liderado por Bolsonaro, que tomou posse em 1 de janeiro de 2019.
Link sobre a Amazónia:
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Já o Pantanal, bioma situado na região centro-oeste do Brasil, considerado a maior planície húmida do mundo e que tem 80% da sua área inundada na estação chuvosa, vive atualmente a maior seca das últimas cinco décadas e tem sido foco de grandes incêndios que já destruíram cerca de 20% do bioma.
“O nosso Pantanal, com área maior que muitos países europeus, assim como a Califórnia, sofre dos mesmos problemas. As grandes queimadas são consequências inevitáveis da alta temperatura local, somada ao acúmulo de massa orgânica em decomposição”, justificou Bolsonaro ao citar o bioma.
Pesquisadores e ativistas culpam Bolsonaro por incentivar a derrubada e venda ilegal de madeira, mineradores e especuladores de terras nas florestas ao enfraquecer a fiscalização ambiental e defender a mineração e a agricultura na como maneiras de desenvolver a economia do país.
Ignorando estas críticas, o Presidente brasileiro disse que o seu país garante a “segurança alimentar a um sexto da população mundial”, usando apenas 27% do território para a pecuária e agricultura e, portanto, isto teria despertado interesse em rivais económicos a criticar o Governo brasileiro.
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