Boeing transporta pela primeira vez astronautas para o espaço
June 5, 2024
A construtora de aviões norte-americana Boeing transportou esta quarta-feira pela primeira vez astronautas para a Estação Espacial Internacional (EEI), a bordo da sua nave Starliner, numa missão de teste que ocorre após sucessivos adiamentos.
A descolagem do foguetão Atlas V, do fabricante norte-americano United Launch Alliance, com a nave Starliner acoplada no topo, ocorreu às 10.52 horas (15.52 horas em Lisboa) da base espacial de Cabo Canaveral, na Florida, Estados Unidos.
Na Starliner seguem rumo à EEI os astronautas Butch Wilmore e Suni Williams, da agência espacial norte-americana (NASA).
A nave, que transporta uma nova bomba para o sistema de reciclagem da urina dos astronautas na EEI, para substituir a que deixou de funcionar, deverá acoplar à estação espacial às 17.15 horas de quinta-feira. Butch Wilmore e Suni Williams vão estar na EEI uma semana e regressar à Terra na mesma nave.
A Boeing, que está a ser investigada por falhas de segurança nos seus aviões, quer demonstrar com este voo de teste tripulado que a Starliner é segura para iniciar operações regulares, embora com quatro anos de atraso face à empresa concorrente SpaceX, do magnata Elon Musk, que transporta astronautas da NASA para a EEI desde 2020.
Assim que a Starliner estiver totalmente operacional, a NASA pretende alternar entre os voos da SpaceX e da Boeing.
O lançamento do voo tripulado de teste da Starliner acontece após vários anos de sucessivos adiamentos e duas tentativas de descolagem canceladas no último momento devido a problemas técnicos.
No início de maio e no sábado passado, a descolagem foi cancelada à última hora quando os astronautas já estavam nos seus lugares e a nave estava cheia de combustível.
A Boeing prevê agora iniciar voos comerciais para a Estação Espacial Internacional em fevereiro de 2025 depois de concluído o processo de certificação.
Falhas e acidentes com os aviões
Vários aviões Boeing estiveram recentemente envolvidos em diversos acidentes, aumentando as dúvidas sobre as aeronaves desta empresa quando as autoridades federais norte-americanas investigam os seus controlos de qualidade e segurança.
Onze pessoas ficaram feridas a 9 de maio, quatro das quais com gravidade, quando um Boeing 737 da Air Senegal saiu da pista durante a descolagem, levando ao encerramento do aeroporto internacional de Blaise-Diagne, em Dacar.
Um dia depois, a 10 de maio, um avião Boeing 737 da companhia aérea norte-americana United Airlines realizou uma aterragem de emergência num aeroporto do sudoeste do Japão, após ter sido detetada uma anomalia numa das suas asas.
Já a 21 de maio, uma pessoa morreu e várias ficaram feridas quando um Boeing 777-300ER da Singapore Airlines proveniente de Londres sofreu “forte turbulência” e teve de ser desviado para Banguecoque, anunciou a companhia aérea.
Doze pessoas ficaram também feridas, oito das quais foram hospitalizadas, devido a uma turbulência sofrida num Boeing 787 Dreamliner da Qatar Airways, que voava a 27 de maio de Doha para Dublin.
No início de maio, um ex-auditor de qualidade da Spirit AeroSystems, fornecedora da Boeing, morreu devido a uma doença súbita. Joshua Dean, de 45 anos, foi despedido no ano passado depois de acusar a Spirit AeroSystems de ignorar defeitos na produção do 737 MAX. Foi a segunda morte em dois meses de pessoas relacionadas com os problema da empresa aérea.
Dean, conhecido por ter um estilo de vida saudável, foi infetado por uma bactéria altamente resistente a antibióticos, tendo contraído pneumonia e sofrido um acidente vascular cerebral (AVC). Morreu após duas semanas hospitalizado.
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