Agente e chefe da Polícia demitem-se depois de morte de negro por “engano”
A agente Kim Potter, que no domingo matou “por engano” Daunte Wright, um jovem afro-americano de 20 anos nos subúrbios de Minneapolis, estado do Minnesota, Estados Unidos, por ter confundido o taser com a arma de fogo, pediu a demissão por ser “do melhor interesse da comunidade”.
O chefe do Departamento da Polícia de Brooklyn Center, Tim Gannon, também decidiu deixar o cargo. Os protestos antirracistas têm vindo a escalar de nível tendo sido decretado o recolher obrigatório em Minneapolis. Desde janeiro, já morreram mais de 268 civis às mãos da polícia, 42 deles eram afro-americanos.
“Adorei cada minuto como polícia e servir esta comunidade, mas acredito que é do melhor interesse da comunidade, do departamento e de meus colegas renunciar imediatamente”, escreveu Kim, 48 anos, ao serviço do Brooklyn Center há 29 anos.
Mas nem a decisão, nem o afastamento da agente das forças de segurança, que logo após o incidente foi colocada em licença administrativa, impediu que a população saísse à rua em protesto contra a violência policial.
Os manifestantes desafiaram o recolher obrigatório decretado e a polícia teve mesmo de usar gás lacrimogêneo para dispersar as multidões. Cerca de 40 pessoas foram presas na sequência da violação do recolher obrigatório e por suspeita de tumultos. Alguns dos manifestantes foram vistos a atirar garrafas de água contra a polícia.
De acordo com a organização “Mapping Police Violence”, que monotoriza as mortes por polícias, os adolescentes negros têm 21 vezes mais probabilidade serem mortos pela polícia, do que os adolescentes brancos. Um afro-americano é morto a cada 40 horas nos Estados Unidos. Em 2020, a polícia matou 233 negros – 20,7 por cento de todos os homicídios cometidos pela polícia, apesar de estes serem apenas 13% da população.
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