Mundo

Morreu a “mãe” da África do Sul

Alexandre Franco
Diretor/Editor

Começo por perguntar: Quem sou eu para escrever umas palavras sobre pessoa tão nobre como Winnie Mandela, por muitos considerada como a “Mãe” da África do Sul?

Nelson Mandela foi e é, para mim, o melhor e maior político de todos os tempos. Recentemente estive na cela onde ele “sofreu” durante tantos anos, na Cidade do Cabo. Mandela passou 27 anos na prisão – inicialmente em Robben Island e, mais tarde, nas prisões de Pollsmoor e Victor Verster. Depois de uma campanha internacional, foi libertado em 1990, quando recrudescia a guerra civil no seu país. Nelson Rolihlahla Mandela nasceu em Mvezo a 18 de julho de 1918 e faleceu em Joanesburgo a 5 de dezembro de 2013. Foi um advogado, líder rebelde e presidente da África do Sul de 1994 a 1999, considerado como o mais importante líder da África Negra, vencedor do Prémio Nobel da Paz de 1993, e pai da moderna nação sul-africana, onde é normalmente referido como Madiba (nome do seu clã) ou “Tata” (“Pai”).

A ex-mulher do Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, morreu esta segunda-feira num hospital de Joanesburgo. Tinha 81 anos.
De acordo com um comunicado emitido pela família, Winnie Mandela morreu pacificamente após “uma doença prolongada que a obrigou a estar hospitalizada várias vezes desde o início do ano”.

“É com grande tristeza que informamos o público de que a senhora Winnie Madikizela-Mandela morreu no hospital de Milkpark de Joanesburgo, segunda-feira 2 de abril”, anunciou por seu lado Victor Dlamini, seu porta-voz, em comunicado.
Winnie Mandela deixa um legado controverso. Chamada tanto a “Mãe da Nação” sul-africana como “Assaltante”, a sua veia revolucionária e de defesa radical dos direitos dos negros nunca abateu e acabou por lhe trazer diversos problemas com a lei – que ela ignorava em nome dos seus ideais.
Nascida a 26 de setembro de 1936, em Bizana, no leste da província do Cabo, Winnie tornou-se cedo uma ativista política, quando trabalhava no Serviço Social hospitalar.
“Comecei a perceber a pobreza abjeta na qual a maioria das pessoas era obrigada a viver, as condições terríveis criadas pelas desigualdades do sistema”, disse ela depois.
Atraente e ativa – era também conhecida como Nomzamo, que significa “a que luta” – conheceu Nelson Mandela em 1957, aos 22 anos, numa paragem de autocarro no Soweto. Um romance turbulento desembocou em casamento um ano depois, mas a união foi sempre problemática.
Marido e mulher dedicavam todo o seu esforço à luta anti-apartheid. Winnie viria a descrever o casamento como uma “fachada” e o nascimento das duas filhas, Zindzi e Zenani, como “coincidência”.

Eu estudei na África do Sul, mais concretamente no Liceu de Witbank durante os anos em que o “apartheid” estava no seu auge e, como moçambicano que cresceu sempre a brincar com gentes de pele diferente, fiz precisamente a mesma coisa na África do Sul. Tive muita sorte. Lá isso tive. Dai que eu tenha começado a ter uma consideração muito especial por Nelson e Winnie Mandela.
O mundo perdeu uma grande senhora.

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