GTA

Museum of Broken Relationships: Em Toronto o museu mais visitado da Croácia

Um teste de heroína, um anel de noivado ou um pato, estes são apenas alguns dos objetos que encontramos nesta exposição. Chama-se Museu das Broken Relationships e está em Toronto, no Harbourfront Centre, até 8 de Setembro. O fim de um relacionamento, em 2006, levou dois croatas a criarem o museu que já percorreu dezenas de países e que hoje é o museu mais visitado da Croácia.

Em entrevista ao Milénio Stadium, Caroline Guespin, produtora associada do Harbourfront Centre, explicou que não foi fácil trazer o museu até ao Canadá. “A nossa CEO Marah Braye visitou a Croácia há sete anos e adorou o museu, desde aí que ela está a tentar trazê-lo até Toronto. Com o tema do nosso Festival BRAVE – segundas oportunidades, segundas vidas- achámos que era a altura certa”, explicou.

A exposição tem objetos de todo o mundo, inclusive do Brasil, e até os canadianos decidiram abrir o coração e partilhar o fim da sua história de amor. “Infelizmente não temos nada de Portugal, mas temos uma coleção de revistas da Playboy do Brasil. Do Canadá temos 11 objetos de várias províncias- Vancouver, Quebec, Toronto e GTA”, informou.

O museu integra o BRAVE, um festival que o centro está a promover pelo segundo ano consecutivo e que integra todo o tipo de artistas. “Tentámos juntar artistas com talento e com coragem que tiveram um passado difícil. O tema desta edição é justamente como recomeçar a partir de uma segunda oportunidade: um bom exemplo é Reginald Dwayne Betts, um escritor que esteve preso durante oito anos e que está a frequentar o doutoramento em direito na Yale Law School”, referiu.

Alguns dos visitantes partilharam a sua história com o nosso jornal e confessaram que aprenderam com as más experiências. “Magoei a minha própria mão porque o meu antigo namorado era muito controlador. O corte infetou e não conseguia parar de coçar. Hoje tem um aspeto feio e nunca cicatrizou na totalidade. Acabei por fazer uma tatuagem à volta da marca que me faz lembrar a lua. No fundo significa que estou comprometida comigo própria e que ninguém me pode atingir”, contou Claire Tangerina.

Damien Murphy soube do museu através de amigos e ficou muito surpreendido com o que encontrou. “Algumas das histórias são impressionantes, é extraordinário como um objeto pode representar tanto para uma pessoa. Depois de uma relação precisamos de tempo para sarar as feridas e para nos escutarmos a nós próprios e percebemos que não temos interesse em repetir determinadas experiências. Ainda sou muito jovem e continuo a acreditar no amor – quando esse dia chegar acho que vou ser capaz de guardar um objeto para o resto da vida”, disse.

Jamaica Fraser já tinha ouvido falar deste museu e ficou muito contente por poder visitá-lo na sua cidade natal. “Soube que o museu estava na Califórnia e estava quase a comprar o bilhete quando alguém me disse que ia estar cá em Toronto. Normalmente queimo os objetos das minhas antigas relações, acho que é melhor para limpar o ar e recomeçar outra vez (risos). O amor pode cegar ao ponto de não conseguirmos ver o óbvio, temos que ser cautelosos e ter cuidado com as red flags”, adiantou.

No fim da reportagem perguntámos à produtora do Harbourfront Centre se também tinha por hábito guardar objetos de antigas relações e a resposta de Caroline foi esta: “Estou de relações cortadas com a minha mãe há alguns anos e por alguma razão que eu própria não sei, continuo a manter comigo um livro de poesia que ela me ofereceu. Julgo que está perto do meu coração e não vou conseguir desfazer-me dele tão cedo”, partilhou.
Os visitantes são convidados a escreverem as suas histórias num mural que integra o Museu das Broken Relationships em Toronto – a 53.ª cidade pela qual o museu já passou. A pedido da organização optámos por não nos focar em objetos em concreto de forma a que o público visite o museu in loco.

Joana Leal

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