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Livros em português chegam a Cabo Verde e Angola

Projeto surgiu na Universidade de Toronto

O Departamento de Espanhol e Português da Universidade de Toronto encerrou o ano letivo com Olimpíadas da Língua Portuguesa. O concurso foi bastante disputado e no final venceu uma colombiana.

“O concurso foi difícil porque estava a concorrer contra a minha amiga e parecia que nunca mais acabava. Eu falo espanhol e francês, mas acho que o português é muito mais difícil. Já estudo a língua há um ano e meio e participei no concurso porque achei que ia ser divertido”, disse Ana Rodriguez, aluna de 3.º ano de Sociologia e Estudos Latino-americanos.

A língua de Camões também é falada nas comunidades lusófonas e para entender um idioma é preciso conhecer a cultura. Foi a pensar nisso que os alunos compararam o Carnaval da lusofonia.

“No semestre do inverno eles tiveram a oportunidade de aprofundar as diferentes celebrações do Carnaval no mundo lusófono, desde países como Cabo Verde, Moçambique, Angola, Timor-Leste, Brasil… Até em Portugal o Carnaval de Trás-os-Montes, com os caretos, é tão diferente do açoriano, que tem a dança de espada na ilha Terceira”, explicou Anabela Rato, professora auxiliar do Departamento de Espanhol e Português da Universidade de Toronto.

O projeto “Contar histórias: quem conta um conto acrescenta um ponto” deu origem a vários livros infantis que vão agora ser entregues em Angola e Cabo Verde. A impressão contou com o apoio da Universidade, Instituto Camões, Angolan Community of Ontario e Academia de Bacalhau de Toronto. “Procuramos sempre proporcionar aos alunos atividades que estimulem a criatividade e a aprendizagem. Pensámos que seria uma boa ideia convidá-los a escrever para crianças e ao mesmo tempo divulgar a nossa cultura. O mote para cada um dos livros foi um provérbio lusófono que deu origem a uma história que eles próprios ilustraram com recurso ao storyboard”, referiu Luciana Graça, leitora do Instituto Camões no Departamento de Espanhol e Português da Universidade de Toronto.

Associação Portuguesa da Universidade de Toronto

Cerca de 180 alunos procuram todos os anos aprender português numa das melhores universidades canadianas e a turma é bastante diversificada. “Temos alunos cujos pais têm alguma ligação com Portugal, mas também temos alunos canadianos e de outras origens. Alguns procuram a língua pelo seu potencial económico no mercado de trabalho”, informou Anabela Rato.

Graças a uma parceria com a TAP, dois alunos vão poder conhecer Lisboa e o Porto. Quem visita regularmente Portugal é a presidente da Associação Portuguesa da Universidade de Toronto que este ano organizou uma atividade nova. “Decidimos criar esta festa porque achámos que seria uma forma interessante de divulgar a cultura portuguesa e partilhá-la com os canadianos. Adoro Portugal, a água fria das praias da Nazaré, a cerveja barata e a comida”, contou Alexandra Santos.

Tânia Barbosa e Adam Gomes são dois jovens luso-canadianos que fazem parte da Associação e que mantêm uma ligação muito próxima com a comunidade portuguesa em Toronto.
“Comecei a cantar aos quatro anos num grupo coral português e agora danço no Rancho da Associação Cultural do Minho de Toronto. Vou a Portugal quase todos os anos, falhei um verão e a minha avó ficou furiosa. Os meus pais são minhotos e isso é bom porque podemos visitar a família toda. Hoje vou cantar fado e pimba, mas o fado é o meu estilo musical preferido”, contou Tânia Barbosa, Relações Públicas da Associação.

“Eu danço no Rancho Folclórico do Clube Português de Mississauga há quase dez anos. A cultura portuguesa é central na minha vida e gosto muito de exprimir as minhas raízes, é um grande orgulho. A minha mãe é natural de São Miguel, dos Açores, e o meu pai é de Torres Vedras. Quando era pequeno ia todos os verões a Portugal, agora com a Universidade é mais difícil”, adiantou Adam Gomes, promotor de eventos da Associação.

A Luso-Can-Tuna, o Rancho Folclórico “Os Camponeses” e Tânia Barbosa tiveram a oportunidade de atuar na festa da Associação que em breve vai eleger um novo presidente.

Joana Leal

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