Comunidade

Portugal quer atrair lusodescendentes para estudar e trabalhar no país

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Presidente da AEP, Paulo Dinis; Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes; Embaixador de Portugal no Canadá, João da Câmara e presidente da FPCBP, Ana Maria Faria. Créditos: Joana Leal

A secretária de Estado das Comunidades Portuguesas visitou o Canadá para tentar atrair lusodescendentes para estudar e trabalhar em Portugal. A secretária Berta Nunes falava na passada 5 de novembro na inauguração de uma exposição de pintura no Consultado Geral de Portugal em Toronto.

Para além do programa Regressar o governo português reservou 7% de vagas no ensino superior para lusodescendentes. Para o corrente ano letivo estão disponíveis cerca de 3.500 vagas e mais de 1000 cursos. “Um jovem lusodescendente que queira vir estudar para Portugal num curso onde até pode ser difícil ter vaga no Canadá pode vir para Portugal estudar sem ter de concorrer com o que chamamos de contingente geral”, disse Berta Nunes.

Na visita de seis dias a secretária de Estado reuniu com líderes comunitários portugueses, visitou postos consulares e passou por Winnipeg, Otava, Kingston e Toronto. A secretária de Estado distinguiu com a medalha de mérito das comunidades portuguesas a presidente do Clube dos Poveiros, Linda Correia, o antigo conselheiro das comunidades, João Martins Dias e o empresário do ramo das placas de gesso, José Botelho.

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Linda Correia. Créditos: Joana Leal

Natural de Coimbra, Linda Correia fundou a “Sticking Forever” uma organização ligada à Sociedade Canadiana do Cancro e a “Christmas Once a Month”, um grupo de mulheres que prepara refeições para distribuir pelos sem-abrigo em Toronto. Correia colabora ainda com a “Safehaven”, uma organização que angaria fundos para crianças com debilidades físicas e mentais. Linda foi eleita “Mulher do Ano” pela Leading Woman Building Communities e venceu o “Prémio de Excelência do governo de Ontário.  “Estou aqui há 26 anos e nunca trabalhei com o objetivo de conquistar prémios. Nunca pensei que pudesse receber esta medalha”, disse à nossa reportagem.

João Martins Dias nasceu em Braga e é um dos fundadores da Luso Canadian Charitable Society. Entre 1996 e 2003 foi Conselheiro das Comunidades Portuguesas. Membro da Comissão de Presidentes dos Clubes que mais tarde viria a ser a Aliança de Clubes e Associações Portuguesas de Ontário. “Para um emigrante há 58 anos é um orgulho receber esta medalha. Desde 1971 que tenho contribuído para esta comunidade, fiz apenas o que pude e sem intenções de ser agraciado”, disse o antigo Conselheiro das Comunidades Portuguesas.

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José Botelho e Berta Nunes. Créditos: Joana Leal

José Botelho nasceu em Viana do Castelo e hoje é proprietário de uma das maiores empresas no ramo das placas de gesso – a Target Drywall & Accoustics. Botelho apoiou a construção do Centro Português de Mississauga e liderou a construção do Pólo do Luso Canadian Charitable Society de Hamilton. O empresário teve ainda um papel importante na construção da Casa dos Açores, da Casa do Alentejo e do Clube FC Porto. Desde 2004 Joe Botelho assume a função de presidente do Luso em Hamilton. “Quero agradecer à minha família, amigos e equipa. Muita gente merece uma medalha, hoje coube-me a mim. Obrigada por tudo”, disse.

A visita terminou no domingo com uma passagem pela Casa do Alentejo e pela Casa da Madeira de Toronto onde foram distinguidos com a medalha de mérito das comunidades portuguesas o presidente da Casa do Alentejo, Carlos Sousa e o presidente da Casa da Madeira, Luís Bettencourt. A mostra “Expressions” reúne mais de 12 obras que foram realizadas por utentes portadores de deficiência que frequentam a Luso Canadian Charitable Society. Ao nosso jornal Jack Prazeres, presidente da Luso Canadian Charitable Society disse que a exposição revela o que estes utentes são capazes de fazer quando não estão fechados em casa com os seus pais.

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João Martins Dias. Créditos: Joana Leal

A exposição está patente ao público até fevereiro e pode ser visitada no horário de funcionamento da Galeria Almada Negreiros no Consulado Geral de Portugal em Toronto. As verbas angariadas com a venda das obras revertem para a Luso adquirir mais material de pintura. “São pessoas com dificuldades que teimaram com resiliência em exprimir-se e produzir arte. Tenho defendido sempre que a nossa comunidade não deve ter receio de se afirmar, estes artistas são um exemplo disso”, disse José Carneiro Mendes, Cônsul-Geral de Portugal em Toronto.

Para a Associação Empresarial de Portugal (AEP) que criou recentemente a Rede Global da Diáspora que é apoiada pela secretaria das comunidades, agora os empresários de origem portuguesa que vivem no Canadá têm uma nova ferramenta para facilitar os investimentos em Portugal. A plataforma online foi criada para resolver problemas de comunicação e vai colocar a diáspora ao serviço das exportações portuguesas.

Para Paulo Dinis, presidente da AEP, a matriz empresarial na comunidade portuguesa canadiana é bastante diversa, desde a construção civil até à distribuição alimentar. “Há aqui falhas de comunicação que estão a ser colmatadas mas afinámos um programa que nos permite ter um interlocutor local que é a Federação de Empresários e Profissionais Luso-Canadianos que vai fazer deslocar empresários de cá para um roteiro de investimento em 2022”, informou.

De acordo com os Census de 2016 existiam no Canadá mais de 480.000 portugueses e lusodescendentes, o que pode representar um mercado importante para a Rede Global da Diáspora.

Joana Leal/MS

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