PCCM recebeu $153,300 da Ontario Trillium Foundation
No passado domingo, dia 17 de novembro, o Centro Cultural Português de Mississauga antecipou os festejos comemorativos dos 50 anos de existência desta conhecida instituição comunitária.
A manhã começou com a celebração de uma emotiva missa no salão do próprio clube, durante a qual se recordaram todos os sócios já falecidos. Logo de seguida, foram içadas as bandeiras do Canadá, de Ontário e de Portugal, enquanto se entoavam os hinos, como é habitual. Já de novo dentro do salão, iniciou-se um período de discursos onde se evidenciou não só a história do Clube, mas também o futuro. A propósito, a Cônsul-Geral de Portugal em Toronto, Ana Luísa Riquito, sublinhou a importância do trabalho que tem sido desenvolvido pelo Clube Português de Mississauga – “esta longevidade diz bem do trabalho que o PCCM tem feito, ao longo de mais do que uma geração. Eu cheguei em fevereiro a Toronto, mas já aqui vim várias vezes e todos os eventos celebram a cultura portuguesa, mas em geral têm também associado um elemento de solidariedade. Por isso, junto de uma comunidade tão vasta, mas que com o passar do tempo tende a esgarçar os seus laços com Portugal, o PCCM tem aqui uma função de polo irradiador e agregador da cultura e da comunidade portuguesa e por isso estou muito feliz por estar aqui”.
Relativamente ao futuro da instituição, a Direção do Centro Cultural Português fez questão de reconhecer e agradecer o generoso donativo da Ontario Trillium Foundation, no valor de $153,300. Jorge Mouselo, presidente da direção do PCCM, explicou como é importante para o clube português de Mississauga que a OTF tenha acolhido a candidatura que foi feita atribuindo-lhe um significado muito relevante – “significa muito. O dinheiro, é claro, ajuda, hoje em dia, sem dinheiro nada se faz, mas só o facto de eles terem dado atenção à nossa candidatura, o facto de terem visto e terem acreditado na nossa aplicação… e também o facto de terem votado na sua aprovação, porque tudo é decidido com votos. Tudo isso representa muito para nós. Houve muita gente a ver aquela aplicação, houve muitos deles que votaram para que ela fosse aceite. Isto quer dizer duas coisas: que nós estamos a marcar, estamos a fazer com que olhem para nós. E quer dizer que reconhecem que temos aqui uma casa com muito mais futuro. Porque é claro que eles também não querem estar a investir este dinheiro numa casa que não tenha futuro, porque 150.000 dólares é muito dinheiro. Mas para mim foi uma notícia excecional. Nunca me esqueço no dia em que recebemos o e-mail. Telefonei para o Ricardo (vice-presidente) e disse “isto, não é verdade. Eu acho que se enganaram. Mas é um privilégio, e então quando estamos a fazer os 50 anos, quer dizer, é a “cereja no topo do bolo”.
Também Ricardo Santos, vice-presidente da direção do clube de Mississauga, sublinhou que “é importante mesmo nós sermos reconhecidos. Nos últimos anos temos feito muito trabalho e receber estes fundos para fazermos a nossa casa mais acessível a todos é algo que sinceramente acho que merecemos, porque nós trabalhamos muito arduamente. E é trabalho voluntário, não somos pagos, mas estamos aqui 20, 20 e tal horas por semana a trabalhar e isto é um bocadinho de reconhecimento que nos faz sentir bem para continuarmos para a frente com estas obras”.
Os mais de 150 mil dólares serão utilizados no melhoramento de espaços interiores e exteriores do PCCM, nomeadamente, para melhorar as casas de banho do átrio principal com sanitários acessíveis, com sabão e toalhas sem contacto, acessibilidade para cadeiras de rodas no palco principal, repavimentação do estacionamento principal com mais lugares para deficientes e atualização do sistema de filtragem HVAC. Jorge Mouselo explicou-nos a razão de ser de tudo o que vai ser feito com este dinheiro – “isto é realmente para ajudar mais as pessoas que já necessitam de condições especiais de acessibilidade. Vamos mudar as nossas portas de entrada para que sejam acessíveis a cadeiras de rodas, as casas de banho também vão ser transformadas para serem adaptadas às necessidades a todas as pessoas que nos visitam. Nós já estamos aqui desde 2001 e, é claro, tudo muda. Em 2000 as exigências não eram as mesmas de hoje. E muitos dos sócios, dos amigos desta casa, em 2000 eram jovens, hoje já estão um bocadinho mais idosos. E não é só isso, é também para ser mais acessível para o resto da comunidade, não só portuguesa, mas sim para toda a comunidade daqui de Mississauga, de Toronto, do GTA do Ontário. Como vocês sabem muito bem, fazemos aqui várias festas ou fazemos parcerias com várias instituições como a Luso Charities e não só, e eles realmente trabalham com estas pessoas com muitas necessidades. O fundo foi sempre olhar para essas necessidades e ver o que essas pessoas precisam.. Com a ajuda do OTF ou não, isto era uma coisa que nós tínhamos na nossa mente que íamos fazer, claro que assim ficou tudo mais fácil”.
E como e quando vão ser feitas as obras? Ricardo Santos explicou-nos tudo – “o plano é fecharmos em janeiro para fazermos as obras nas casas de banho e mudarmos as portas. E depois as obras no parque de estacionamento serão feitas no verão, quando estivermos fechados. Para já vamos fechamos em janeiro e reabrimos em fevereiro”.
A Ontario Trillium Foundation (OTF) é uma agência do governo do Ontário com a missão de construir comunidades saudáveis e vibrantes em toda a província. No ano passado, a OTF investiu mais de $110M em 1.044 projetos comunitários e parcerias multissectoriais. Os projetos visam melhorar o bem-estar económico, promover estilos de vida mais ativos, apoiar o desenvolvimento de crianças e jovens, proporcionar espaços para as pessoas se juntarem e se relacionarem, e criar um ambiente mais sustentável.
MB/MS
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